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30/08/2017

Repórter Bandeirantes coloca Petrobras em debate

Rita Casaro
Site FNE

O programa “Repórter Bandeirantes”, apresentado pelo jornalista Milton Cardoso e veiculado nacionalmente pelas frequências AM e FM da rádio, foi transmitido, na terça-feira (29/8), diretamente do Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro. A edição especial, proposta conjuntamente pelo Sindicato dos Engenheiros no Rio Grande do Sul (Senge-RS) e pelo Conselho Regional de Engenharia Agronomia do mesmo estado (Crea-RS), abordou o desmonte da Petrobras e seus impactos na engenharia e na economia nacionais.

Fotos: Rita Casaro
Ao centro o jornalista Milton Cardoso entrevista o engenheiro Ricardo Maranhão (à esq.)
e o deputado federal Ronaldo Lessa (PDT-AL).

Participaram do debate ao vivo, que pôde ser acompanhado também pela internet, entre outros convidados, o deputado federal Ronaldo Lessa (PDT/AL), o engenheiro Ricardo Maranhão e o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, além dos presidentes do Senge-RS, Alexandre Wolmann, e da entidade anfitriã da programação, Pedro Celestino. Também convidado a participar, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, não compareceu. “Ele pensa que é dono da Petrobras e está vendendo o Brasil”, estocou o radialista.

Conforme salientou Ricardo Maranhão, é fundamental que seja debatida a situação da Petrobras, que representa 13% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. “Debilitar a Petrobras é debilitar o Brasil. Sem ela, não existe engenharia, tecnologia, desenvolvimento ou soberania”, advertiu.

Na mesma linha, Celestino apontou um grave retrocesso na economia nacional, tendo a fragilização da maior empresa nacional como ponta de lança. “Quando o governo liquida o nosso patrimônio, devolve-nos à condição de colônia. O que está sendo destruído são conquistas de décadas. Até 1930, importava-se tudo no Brasil. A partir de então, houve grande desenvolvimento. O Brasil na década de 1960 era a 56ª economia do Mundo, hoje está entre as dez maiores. O que se vê hoje é o desmonte de tudo que se fez desde 1930.”

Segundo o presidente do Clube de Engenharia, a tática utilizada envolve a redução da importância da Petrobras. “Como é difícil propor sua privatização, é preciso desmoralizá-la. Por conta de meia dúzia de corruptos está se comprometendo a empresa toda. Fatiam-na para que passe a ser mera exportadora de óleo bruto. O que se quer é que a Petrobras seja uma pequena produtora de petróleo.”

Para Ronaldo Lessa, esse processo, que inclui o pacote de privatização anunciado pelo governo federal, abrangendo o setor de saneamento, a Eletrobras, aeroportos e até a Casa da Moeda, é altamente danoso ao País e se caracteriza por “crime de ´lesa-pátria`”.

Conteúdo local e desemprego
Faz parte do ataque à economia nacional, às possibilidades de desenvolvimento e à engenharia brasileira, afirmou Maranhão, a redução da obrigatoriedade de contratação de conteúdo nacional pelas empresas que explorarem gás e petróleo no Brasil. Em decisão de 22 de fevereiro último, o governo estabeleceu uma redução média de 50% nos diversos itens e, na prática, excluiu a indústria nacional dos futuros empreendimentos. Isso principalmente porque, ao fixar padrão global de 25% para meios flutuantes (plataformas e navios de apoio), permite às petroleiras cumprirem a norma sem comprar qualquer máquina ou equipamento nacional, lançando mão apenas de serviços com baixo valor agregado e sem tecnologia. “Alegam que a indústria nacional não tem competência. Isso é uma falácia de mentes colonizadas. A engenharia brasileira é reconhecida como a melhor em exploração em águas profundas.” O engenheiro denunciou ainda a intenção, anunciada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), de estender tal mudança a contratos já em andamento. “São 800 mil empregos que estão sendo jogados no lixo com a redução do conteúdo local”, completou Celestino.

Conforme Maranhão, a medida afeta diretamente a indústria naval brasileira que se reergueu na última década e hoje se vê definhando novamente: “Saiu do nada para 100 mil empregos qualificados. Hoje, isso está reduzido a 30 mil.”

“Não há como gerar emprego com a redução do conteúdo local. O ministro do Trabalho deve afirmar aos seus pares no governo que não há como enfrentar o desemprego sem medidas que protejam a indústria nacional”, exortou Lessa a Nogueira. Esse, por sua vez, afirmou ter testemunhado pessoalmente a situação dos que foram dispensados pelos estaleiros que perderam contratos. “No Porto de Suape (em Pernambuco) foram mais de três mil demitidos”, afirmou. Asseverando ser a geração de postos de trabalho sua prioridade, o ministro se comprometeu a levar as questões levantadas ao comitê interministerial formado para buscar soluções ao desemprego, que hoje atinge 16 milhões de pessoas.

Para Wolmann, do Senge-RS, que vem acompanhado o flagelo do Polo Naval de Rio Grande, devem participar do debate também os governadores do Rio Grande do Sul e de Pernambuco, tendo em vista as consequências do desmonte nesses estados.  

 

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