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28/04/2016

Novos hábitos no trânsito dependem de investimento em educação

Especialistas em trânsito destacam que, apesar da demora na mudança de comportamento dos motoristas, os jovens vêm assimilando o hábito de não beber antes de dirigir. “Eles vão às baladas sem carro, ou de táxi, de ônibus ou com os colegas, e acabam não tendo esse uso de álcool com automóveis”, diz o psiquiatra Arthur Guerra, diretor do Centro de Informação sobre Saúde e Álcool (Cisa).

 

Foto: Ascom Belém - Pará
ASCOM Detran Educacao Transito 600 larg



Para ele, o cenário para o futuro é promissor. Mas, depende de investimentos em educação, tanto nas escolas, ensinando crianças sobre o problema, como em casa, com a responsabilidade dos pais de passar esses valores adiante. “O exemplo não é a melhor forma de ensinar alguma coisa, é a única. Se o pai e a mãe não puderem dar esse exemplo, não vai ser a cartilha que o filho vai estudar nos bancos das escolas que vai passar esses valores”, diz Guerra.

Há 20 anos, a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga, de Porto Alegre, faz ações de conscientização entre os jovens sobre a importância da responsabilidade no trânsito. A entidade nasceu depois que o filho de Diza Gonzaga, Thiago, de 18 anos, morreu em um acidente de trânsito quando voltava de uma festa de carona com amigos. Diza conta que, nesse período, pôde observar de perto a mudança de comportamento entre os jovens em relação ao consumo de álcool antes de dirigir.

“Quando iniciamos, beber antes de dirigir era aceito socialmente. A frase que mais ouvíamos era 'eu até dirijo melhor quando bebo'. Hoje, quando vamos nos bares fazer as ações, o cara que tem a chave do carro e dá zero no bafômetro é festejado”, afirma Diza.

Segundo ela, a maioria dos motoristas flagrados em blitz da Lei Seca tem mais de 40 anos e ainda não mudou a mentalidade em relação ao hábito de beber e dirigir. “A gurizada já está achando o amigo da vez, pegando táxi, a namorada dirige”, diz.

Apesar de considerar que a punição aos responsáveis por crimes de trânsito ainda é falha, Diza acredita que, com educação, é possível mudar o cenário nos próximos anos, especialmente com investimentos em educação.

“Sou muito otimista. Não é uma questão de milagre, tem que trabalhar sério, o Estado tem que fazer o seu papel que é a fiscalização eficiente e a punição exemplar. A educação é um processo permanente, tem que começar lá na educação infantil e ir até a universidade. Não dá para achar que faz uma cartilha e distribui e estamos prontos, não é por aí”, analisa.

Atualmente, um condutor submetido ao teste do bafômetro que apresentar qualquer quantidade de álcool no organismo pode ser multado em R$ 1.915,40 e ter a carteira suspensa por um ano. A partir de 0,34 miligramas de álcool por litro de ar registrado no bafômetro, é considerado crime e o motorista pode ser preso. Para o movimento Não foi Acidente!, é importante estabelecer a tolerância zero para o consumo de álcool em qualquer circunstância. O motorista pode se negar a fazer o exame de sangue ou o teste do bafômetro e que, neste caso, não há prova material para indiciá-la pelo crime.

Para o movimento Não foi Acidente!, é importante estabelecer a tolerância zero para o consumo de álcool em qualquer circunstância. A ONG está trabalhando para que, no Senado, o projeto volte a ter o texto original, que prevê o endurecimento das penas. “Estamos fazendo uma mobilização para que volte a redação original do projeto e a gente acredita que essa impunidade faz com que os números só cresçam”, diz Gurman. “O número de pessoas que bebem e dirigem e se recusam a fazer o teste de etilômetro é muito grande, então precisamos de leis mais duras. O nosso projeto não vai resolver na totalidade a questão, mas consideramos que vai ser um avanço”, avalia.


Fonte: Agência Brasil






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