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16/11/2015

Especialistas debatem mobilidade sob o ponto de vista econômico

A 5ª reunião do Conselho Assessor de Mobilidade Urbana, ocorrida na tarde de sexta-feira (13/11), na sede do SEESP, reuniu dois especialistas no assunto para debater a questão sob o ponto de vista econômico, o que atraiu um número maior de participantes e ampliou o debate. Entre os dados que mais chamaram atenção, foi o cálculo de quanto custa ficar parado no trânsito em São Paulo que, segundo pesquisa do Núcleo de Economia Regional e Urbana da USP (Nereus), vinculado ao Departamento de Economia (EAE/FEA) da Universidade de São Paulo (USP), é de R$ 156,2 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) e também o tempo de viagem esperado, de transporte público, de 70 minutos.


Beatriz Arruda/Imprensa SEESP
reuniao conselho assessor mobil bia arruda 600 Larg



Antes disso, os engenheiros José Roberto Cardoso, coordenador do Conselho Tecnológico do SEESP, e Jurandir Fernandes, coordenador do Conselho Assessor de Mobilidade Urbana, abriram a reunião dando boas vindas a todos os presentes. Fernandes lembrou que em 2016, durante o processo eleitoral, o sindicato deverá ter posições e posturas sobre temas fundamentais das questões urbanas, que serão fortemente debatidas.

E uma delas é o custo da mobilidade nas grandes cidades. O economista e pesquisador Eduardo Haddad , do Nereus, vinculado ao Departamento de Economia (EAE/FEA) da Universidade de São Paulo (USP), apresentou o estudo “Mobilidade, Acessibilidade e Produtividade: Nota sobre a Valorização Econômica do Tempo de Viagem na Região metropolitana de São Paulo”, que coordenou, com objetivo de estabelecer uma relação entre mobilidade e produtividade com vistas à produtividade.

No estudo de Haddad, buscou comprovar que mobilidade afeta a produtividade, por questões evidentes como atraso, problemas no trânsito, falta de motivação por transitar grandes percursos. Tudo isso foi minunciosamente calculado e contabilizado, abandonando abordagem tradicional, levando em conta a heterogeneidade espacial e das condições de trabalho individuais e até dos rendimentos financeiros.

“Não se pode olhar a região metropolitana isoladamente. São Paulo nos anos 1960, 1970, tínhamos quase um organismo autossuficiente com ligações exteriores. Hoje, cerca de 15% dos empregos industriais estão na região metropolitana que se especializou mais em serviço. A indústria foi para a periferia, para o interior e até para outros estados. E as regiões metropolitanas passaram a concorrer entre si sobre oferecimento de comércio”, contextualizou o pesquisador.

Outro dado do levantamento é que quem trabalha fora de casa gasta, em média, 100 minutos do dia na ida e volta entre os locais de moradia e de trabalho. E que, se considerar as características estruturais da Região Metropolitana de São Paulo e padrões de mobilidade verificados em outras cidades do país, o levantamento afirma que é possível reduzir esse intervalo de tempo em até meia hora. Ou seja, levando em conta a estrutura da região metropolitana, o levantamento estima que o tempo de locomoção classificada como esperado seja de 70 minutos.

A pesquisa contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Quem também falou foi o engenheiro Adriano Murgel Branco, consultor de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana, que fez um pequeno histórico da regulamentação do setor em São Paulo, falando da importância da motivação de quem trabalha no dia a dia da cidade para melhorar a equação mobilidade e produtividade, como o funcionalismo público.

Segundo ele, há dificuldade e inadequações no planejamento de São Paulo. Ele lembrou que há estudos que demonstram que, levando em conta os custos e benefícios indiretos, é possível construir habitação e entregá-la sem cobrar nada e ainda levantar no tesouro do estado uma sobra de recursos. "Não levando em conta somente a despesas e receitas, mas sim outros fatores indiretos", disse, citando cálculos da Companhia do Metrô, que apontam que da receita anual de R$ 2 bilhões, os valores socioambientais chegam a representar R$ 10 bilhões.
"Então, funcionário no serviço público que diz que não tem dinheiro, pode mandar embora porque não vai dar certo. Todo e qualquer serviço publico é superavitário. Porque se não for assim, se a população não receber de volta benefícios que justifiquem o investimento, ele não deve ser feito", disse Adriano Murgel.

 
Ele encerrou sua explanação lembrando que é preciso ter ferramentas para a construção de projetos, além de planejamento. "Se nos não soubermos fazer, não adianta plano nenhum. É preciso levar, paralelamente ao planejamento, a preparação adequada dos homens que vão gerir isso", concluiu.

Ao final, Saulo  Krichanã Rodrigues , diretor geral do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), contou um pouco sobre o modelo da instituição e fez um convite a todos os presentes para irem pessoalmente conhecer a iniciativa do SEESP, que é mantenedor da primeira faculdade de Engenharia de Inovação do País.



Deborah Moreira
Imprensa SEESP






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