Cabrera promete financiar pequenas empresas para combater desemprego

Na seqüência do “Ciclo de Debates – Eleições 2002”, o SEESP recebeu, em 18 de setembro, o candidato a governador de São Paulo pelo PTB, Antonio Cabrera. Ele saudou a iniciativa do Sindicato, afirmando que a “excessiva” valorização da disputa presidencial tem deixado em segundo plano o processo eleitoral no Estado, que representa a terceira economia da América Latina. “São 37 milhões de cidadãos, 35% da produção industrial do Brasil e problemas da mesma magnitude”, ressaltou. A exemplo dos outros participantes do evento, ele recebeu do presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, as propostas elaboradas por equipes do Sindicato às áreas de energia, saneamento, transporte, habitação, meio ambiente e trabalho.


Prioridade
Entre os desafios a serem vencidos pelo próximo governador, Cabrera identifica o desemprego como um dos principais, para ele, ligado aos atuais índices de violência. “Se isso não for resolvido, não haverá secretário de segurança ou governador que dê um basta à insegurança.”

Para gerar os postos de trabalho necessários e agir na raiz do problema, ele planeja investir nas micro e pequenas empresas, garantindo-lhes crédito por meio da Nossa Caixa. A mesma idéia vale para os pequenos e médios produtores agrícolas, que seriam financiados proporcionalmente ao que fabricassem. Ainda para beneficiar os setores geradores de emprego, Cabrera propõe a ampliação do teto do Simples e sua extensão a segmentos hoje excluídos desse sistema de tributação.

Ele pretende também garantir investimentos para tornar os produtos paulistas que são exportados mais competitivos. Uma idéia é construir, em parceria com a iniciativa privada, uma ferrovia que desça a Serra do Mar e interligue os portos de São Sebastião e de Santos. Para esse último, defendeu a sua regionalização como fundamental para minimizar o desemprego na Baixada Santista.


Setores essenciais
No que diz respeito ao combate direto à criminalidade, a solução seria “colocar todo o efetivo na rua”, liberando os policiais das atividades burocráticas.

Para solucionar o déficit habitacional do Estado, Cabrera propõe criar o Sistema Paulista de Habitação para captação de novos recursos, visando “resolver definitivamente os problemas da CDHU”. Segundo ele, “um órgão burocrático, com problemas de denúncias junto ao Tribunal de Contas e quase R$ 2 bilhões parados em caixa”. Na área da educação, um dos compromissos é fortalecer os conselhos das escolas, para que esses participem da implantação de programas e da discussão dos problemas que afetam a família e a comunidade. Outro é rever o sistema de progressão continuada. A idéia é suspendê-lo imediatamente e recuperar o processo de avaliação anterior, enquanto se faz uma análise criteriosa do método. Quanto ao Metrô, o compromisso é terminar as linhas 4 e 5 e integrá-lo à rede de trens metropolitanos. Para tanto, buscará recursos no exterior.


Privatização
Cabrera prometeu também que vai “abrir a caixa preta dos pedágios, revendo os contratos com as concessionárias na Justiça”. Segundo ele, desde as privatizações até o mês de junho último, os preços subiram 171%, enquanto o IGPM ficou em 51%. “Não há justificativa para o que se cobra hoje, isso tem que ser rediscutido.”

Questionado sobre a situação da Cesp Paraná e da Sabesp, que estiveram na mira do programa de desestatização do atual Governo, ele afirmou que, se eleito, não venderá as empresas.

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