Resfriamento evaporativo revela mercado potencial

Solução de baixo custo, pois propicia melhora das condições térmicas nas indústrias ou economia de 25% de energia com ar-condicionado, o sistema no Brasil apresenta oportunidades de trabalho aos engenheiros. É usado em locais com mais de 500 metros quadrados para diminuir o calor que causa desconforto e até problemas trabalhistas, quando não são cumpridas normas referentes às condições ambientais, estabelecidas pelo Ministério do Trabalho.

Pelas vantagens anunciadas, o segmento está em alta e revela um mercado potencial, pouquíssimo explorado em nível nacional. No País, apenas uma empresa atua no setor: a ADD Eletronics, criada em 1997 para atender esse nicho. Seu sócio-gerente, Marcos Vinícius Ciocci, vislumbrou a chance e não hesitou em trocar a segurança de um trabalho com carteira assinada pelo empreendimento. Graduado em engenharia eletrônica pela FEI, em 1974, com cursos de especialização em produção, na mesma faculdade, e de conforto ambiental e conservação de energia, pela USP/FAU, em 2000, ele garante: “Trata-se de uma estratégia técnica vencedora. Supera em eficiência sistemas de ventilação ou isolamento térmico.” Três engenheiros estão envolvidos nessa dinâmica, desde o processo de instalação até a homologação do equipamento junto ao cliente.

O conceito não tem nada de complicado:  evaporar água para retirar o calor dos telhados que atingem nos dias de sol 70º de temperatura. O método não substitui o ar-condicionado, mas propicia maior racionalidade no uso de energia, além de possibilitar uma relação custo-benefício satisfatória.
 

Tecnologia simples
O equipamento é automático: utiliza sensores instalados no telhado para medir sua temperatura. Sempre que a superfície atingir 29º ativa os pulverizadores que lançam uma névoa de água (o ciclo demora de dez a 15 segundos), a qual rouba o calor e evapora, resfriando as telhas. Sem esse procedimento, um telhado num dia quente atinge de 65º a 70º. Com o resfriamento evaporativo, a temperatura é mantida em 32º e o calor interno diminui em até 6º, ficando em temperaturas inferiores a 28º. Esse fenômeno repete-se enquanto tiver insolação. Se o dia ficar nublado ou o sol sumir por dez minutos, é desligado automaticamente. A aspersão e evaporação são feitas por um microprocessador, que controla a bomba e as válvulas que dosam cada um dos tubos dispostos na cobertura, abrindo ou fechando, conforme comando recebido. Além disso, tem um controlador, para mostrar a temperatura, e uma bomba para pressurizar a água e mandá-la para os sprinklers (aspersores). Esses são distribuídos sobre a área superior e têm capacidade de jogar um filme de água homogêneo, impedindo que falte ou sobre água e ocasione calor ou desperdício. O sistema é projetado para funcionar por dez anos sem manutenção.

É aí que entra a engenharia, para assegurar que tudo esteja posicionado em distâncias precisas e a aspersão seja a mais homogênea possível. A tecnologia é simples, mas exige atenção na montagem para garantir a vida útil do produto. “O trabalho é realizado por um grupo enxuto e treinado para manter sua confiabilidade.”

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