MAIS DE MIL PESSOAS NA FESTA DO SEESP

O SEESP comemorou no dia 23 último seus 66 anos de existência e luta em defesa dos engenheiros e da profissão — a entidade foi criada em 21 de setembro de 1934. A festa reuniu no Clube Atlético Monte Líbano mais de mil convidados, entre dirigentes sindicais e de entidades de classe, parlamentares, engenheiros, associados e os então candidatos à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e Marta Suplicy (PT) – que permanece na disputa –, acompanhada do senador Eduardo Suplicy. Luiza Erundina (PSB) foi representada pelo vice de sua chapa, Emerson Kapaz (PPS). Compareceram ainda João Carlos de Souza Meirelles, secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, em nome do governador Mário Covas, os deputados Nivaldo Santana e Jamil Murad, ambos do PC do B, e Carlos Bastos Abraham, presidente do Sindicato dos Engenheiros de Santa Catarina.

Abrindo a solenidade, Paulo Tromboni de Souza Nascimento, presidente do SEESP, ressaltou a importância do Fórum de Debates "A Engenharia e a Cidade", que levou à sede da entidade os cinco principais candidatos à Prefeitura da Capital e permitiu trocar idéias e debater nas maiores cidades do Estado de São Paulo com os concorrentes que se dispuseram a discutir temas relevantes com os engenheiros. Ele lembrou ainda a história do Sindicato, que jamais se furtou a estar presente nos momentos importantes do País: foi assim na luta pelo fim do regime militar, na Assembléia Constituinte, na época do impedimento do ex-presidente Fernando Collor, na discussão dos grandes temas tecnológicos e do desenvolvimento nacional e, neste ano, no debate sobre questões municipais. "Diante de enormes desigualdades sociais, nossa categoria tem papel fundamental a desempenhar, tem a missão de ajudar a construir uma nação melhor, de imaginar os grandes sistemas tecnológicos, ajudar a implantá-los e operá-los e difundir a idéia que o progresso deve ser para todos", concluiu.

Para o secretário Meirelles, membro da categoria, os engenheiros são os construtores da realidade. "Esse conceito de que não há casa, rua, água, energia, fábrica, máquina que não tenha saído de nossas pranchetas é o que estamos comemorando." Para ele, São Paulo deixará progressivamente de ser apenas a capital da indústria para assumir definitivamente seu papel como cidade não só da informática, mas também dos serviços. "Isso é Engenharia do novo milênio, que contará com a contribuição do SEESP."

Na opinião de Kapaz, a Engenharia, que vem evoluindo ao longo do tempo, é o sustentáculo de várias áreas e, portanto, "deve ser valorizada cada vez mais". Para Alckmin, os engenheiros são os parceiros do desenvolvimento e serão fundamentais na reconstrução e na melhoria da qualidade de vida na Capital. Na visão de Marta, a cidade e o Estado de São Paulo têm obras de Engenharia à altura das mais sofisticadas no mundo inteiro, o que denota a capacidade dos profissionais, que serão chamados a contribuir com o resgate do município.

UM OLHAR DOS EX-PRESIDENTES

Horácio Ortiz (1980-1983) — "66 anos representam mais de meio século de lutas pela defesa da profissão. Hoje, esses movimentos e medidas econômicas de privatização estão criando o desemprego, com a vinda de capital e técnicos estrangeiros. A situação é difícil e o SEESP continuará essa luta defendendo os direitos profissionais."

Allen Habert (1986-1989) — "É um marco. 66 anos representam a idéia de que somos um País possível e que temos no Estado de São Paulo uma coluna vertebral extraordinária. Ter o SEESP ativo, com iniciativa e ousadia, é a garantia de podermos construir um País mais justo, produtivista, desenvolvimentista e empreendedor."

Rutênio Gurgel Bastos (1989-1992) — "Os 66 anos representam um avanço. O SEESP está enraizado através de um projeto feito em 1980, com o Movimento Renovação, e quando se tem um bom projeto se chega a um porto seguro. Desejo que continue na trajetória de consolidar a categoria e aumentar a participação."

Esdras Magalhães dos Santos Filho (1992-1995) — "Representam amadurecimento. É um Sindicato construído na luta dos trabalhadores engenheiros. Através de sua história, tem adequado suas posições à realidade dos profissionais e renovado seus quadros, mantendo a linha política de um Sindicato vinculado ao conjunto da classe trabalhadora, aos profissionais da Engenharia e à tecnologia no Brasil."

Ubirajara Tannuri Felix (1995-1998) — "O SEESP ganha a cada gestão novas motivações para enfrentar dificuldades do dia-a-dia. O país, com as dificuldades em desenvolver projetos, gerou aos engenheiros uma frustração. O SEESP acaba envolvendo-se nessa luta e criando um contraponto para dar aos engenheiros essa motivação, até porque acreditamos num modelo de desenvolvimento."

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