Coordenador do Pece (Programa de Educação Continuada da 
Escola Politécnica da USP), o professor doutor José Roberto Cardoso 
fala nesta edição sobre a requalificação dos engenheiros.

Jornal do Engenheiro: Existem cursos de curta duração, considerados de reciclagem para engenheiros na USP?
José Roberto Cardoso: Até meados da década de 80 existiam, agora mudou o perfil do pessoal que faz curso após a faculdade. Na época, duravam 30 horas. Então o engenheiro vinha aqui durante a semana, à noite, assistia as aulas por dois meses e estava satisfeito e atualizado. Hoje, isso não funciona mais, até porque os engenheiros não têm o costume de ficar continuamente fazendo cursos. Ele inicia um a cada cinco anos ou, às vezes, nem o faz. Então, esse pessoal precisará de informação mais consistente.


JE: E como é feita a atualização hoje?
Cardoso: Oferecemos um programa de cursos de pós-graduação, que inclui a acadêmica ou strictu sensu (cujo objetivo é formar pesquisador) e a de especialização ou lato sensu (objetivando formar especialista para as empresas). São conceitos completamente distintos. Os cursos de atualização são, em geral, as disciplinas dos de especialização, que podem ser feitas separadamente, conforme o interesse profissional específico.


JE: E os cursos oferecidos realmente interessam ao mercado de trabalho?
Cardoso: Sim, porque são voltados às necessidades das empresas. Acompanhamos os anúncios de emprego para engenheiro. Lembro-me que quando entrei na área de ensino continuado, acompanhei anúncios que chegavam a ficar seis meses solicitando um tipo de profissional e, por não encontrá-lo, a função não era preenchida, enquanto o desemprego era alarmante. É por isso que o pessoal está voltando a fazer curso longo, porque no curto não se consegue caracterizar o especialista.


JE: Há realmente falta de técnicos qualificados no mercado?
Cardoso: Isso pode ocorrer, por exemplo, na área elétrica. Estou preparando um curso de termogeração que deve vir ao encontro do plano de construção de 49 termelétricas no Brasil, nos próximos três anos. A formação do engenheiro eletricista nesse setor é nula. O Brasil nunca precisou desse tipo de profissional porque a geração foi sempre hidrelétrica.

Os cursos, a seguir, de longa duração (mais de 360 horas) são de pós-graduação, strictu sensu (acadêmica) ou lato sensu (especialização). Os de curta duração
 (menos de 360 horas) são de atualização. Em geral, as disciplinas dos cursos 
de pós-graduação podem ser cursadas individualmente e ser consideradas de atualização. Eis alguns cursos com inscrições abertas para julho e agosto.

ILHA SOLTEIRA
FEIS (Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira) – Unesp
Tel.: (18) 763-8177 – Site: www.feis.unesp.br/dec/
• Ciências Térmicas (Mestrado)
• Materiais e Processos de Fabricação (Mestrado)
• Mecânica dos Solos (Mestrado)
• Agronomia: Sistema de Produção (Mestrado)
• Tópicos de Matemática, Estatística e Computação para Professores do Ensino Médio (Especialização)


RIBEIRÃO PRETO
Centro Universitário Moura Lacerda
Tel.: 0800-183308 – Site: www.mouralacerda.com.br
• Engenharia de Estruturas – 400 horas
• Engenharia de Segurança do Trabalho – 800 horas
• Arquitetura de Interiores – 400 horas