FAPESP INCENTIVA PROGRAMAS VOLTADOS 
À INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

Aos engenheiros brasileiros, desenvolver novos projetos é um desafio, devido à escassez de recursos, e também porque não há cultura nesse sentido não só aqui, como nos demais países em desenvolvimento. Em território nacional, o Estado de São Paulo só não se encaixa totalmente nesse perfil porque nele existe uma instituição cumprindo o papel de dar suporte a programas diversos: a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Segundo explicou o diretor-presidente do seu Conselho Técnico-Administrativo, professor Francisco Romeu Landi, a entidade os financia sem esperar contrapartida. Ainda de acordo com ele, o apoio é dado somente a pessoas físicas, geralmente a quem está coordenando o trabalho.

Para tanto, o Estado destina à Fapesp 1% das suas receitas tributárias, conforme determina a Constituição, o que dá em média R$ 200 milhões por ano. "Desse total, apenas 2% são gastos na administração do sistema. O restante é aplicado nos programas", estimou o diretor-presidente. Entre os voltados à área tecnológica está o de auxílio à pesquisa. O interessado – que pode atuar em universidade, instituto, empresa privada – apresenta seu projeto à entidade, a qual encaminha a especialistas para análise e julgamento. "Se o parecer for favorável, a Fapesp abre uma conta para o pesquisador e vai liberando o recurso gradativamente, na medida em que o projeto é desenvolvido. Mas é garantido o valor total", acrescentou.


Inovação tecnológica
De acordo com Landi, também de grande interesse para a Engenharia estão os programas de inovação tecnológica. Um deles tem por objetivo estimular a parceria entre empresas e universidades, entidades ou institutos de pesquisa. "A idéia é que ambos coloquem recursos. A parte da instituição a Fapesp banca", assegurou ele. Segundo complementou, quanto cada um aplicará depende do chamado "risco tecnológico". "Se for baixo, ou seja, fácil de desenvolver, a fundação entra com menos, 30 a 40% do total. Se por outro lado for alto, essa entra com mais para incentivar a empresa a investir no negócio", afirmou.

Hoje, tal programa apóia 46 projetos de pesquisa, e contabiliza vários exemplos de parcerias que deram certo. "Posso citar um trabalho desenvolvido conjuntamente pela companhia Serrana e a Unicamp (Universidade de Campinas) para a aplicação de pigmentos à base de fosfatos, de baixo custo, em substituição ao dióxido de titânio, usado para dar opacidade às tintas. A empresa vai construir uma fábrica para produzir esses aditivos. A Fapesp financiou parte do projeto relativa à universidade. Outro já concluído foi feito pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), que desenvolveram um aço silício de melhor qualidade, utilizado em motores elétricos para diminuir suas perdas. E também um entre a CSN e o Instituto de Tecnologia de Alimentos de Campinas, para desenvolver uma chapa de aço zincada mais fina do que a usada atualmente para embalagens. Esse trabalho vai permitir à companhia atuar em um novo mercado", relatou.

O outro programa, com 88 trabalhos em andamento, visa estimular pequenas empresas à inovação tecnológica. Nesse caso, conforme informou Landi, o dinheiro é liberado em nome do coordenador do projeto e dado a elas, que precisam apresentar uma proposta e demonstrar sua aplicabilidade e capacidade de desempenho, bem como buscar a assessoria de alguém especializado em pesquisa. "A essa pessoa, damos uma bolsa para que atue durante o tempo necessário ao desenvolvimento do trabalho", continuou.

Além disso, a Fapesp incentiva a formação de recursos humanos, conferindo bolsas de iniciação científica, em nível de graduação, bem como de pós-graduação e pós-doutorado. "O orientador do aluno apresenta um projeto de pesquisa onde ele está envolvido, e esse é analisado por uma comissão, que fornece pareceres e depois, é feito um acompanhamento rigoroso do desenvolvimento do trabalho", esclareceu Landi.

A fundação tem um Balcão de Recepção de Propostas e todas as que chegam, segundo garantiu o diretor-presidente, são analisadas. "No ano passado, foram 14 mil no total, sendo aprovadas 70% delas – 30% inseridas na área de tecnologia", concluiu. A Fapesp fica na Rua Pio XI, nº 1.500, no Alto da Lapa. Maiores informações pelo telefone (11) 838-4000 ou home page: http://www.fapesp.br.

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