FUTURO PREOCUPANTE

Parabéns pelos 65 anos de vida. Sou aluno do 3º ano de Engenharia Mecânica da Unicamp e faço parte do centro acadêmico (CAEM), onde recebemos mensalmente o Jornal do Engenheiro.

Gostaria de manifestar o sentimento da maioria dos alunos de engenharia (os pensantes!). Infelizmente, é um sentimento de frustração e preocupação em relação à profissão. É preocupante e, por que não dizer, perigosa a atitude do nosso governo em relação ao desenvolvimento tecnológico e à política econômica atual, que cada vez mais sacrifica indústrias e sistemas produtivos nacionais, importando tecnologias e processos. Como pode um país desenvolver-se através de uma política de dependência do capital e tecnologia externos?

Certamente, o profissional brasileiro é igualmente qualificado. A desvalorização da categoria é cada vez mais acentuada na esfera nacional. A engenharia está morrendo no Brasil. É frustrante ver recém-formados obrigados a trabalhar em instituições financeiras para não ficar desempregados. É frustrante aprender uma ciência, que, diga-se de passagem, é a que mais explora a capacidade de criação humana em prol do bem coletivo, e ser obrigado a empregar-se em departamentos administrativos e burocráticos por falta de projetos e empreendimentos na indústria nacional.

Quanto tempo mais teremos que viver em um país totalmente dependente e obsoleto? Desenvolvimento sem produção? Essa política de especulações financeiras e dependência de capital estrangeiro está assassinando a capacidade de crescimento do nosso país. Privatizações sem fundamento que aumentam o desemprego e diminuem a qualidade de serviços, e por aí vai... Vamos alugar o Brasil? (...)

Luiz Fernando Silva de Castro Paiva
São Paulo – SP

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