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Cresce Brasil – Software livre já é realidade para usuário final

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Deborah Moreira

Especialistas e cidadãos comuns ouvidos pelo Jornal do Engenheiro são unânimes: é um mito afirmar que software livre é só para quem é entendido no assunto. Além de empresas, muitos usuários domésticos podem se valer de suas vantagens: redução de custos com pagamento de licenças, impedimento da pirataria, maior velocidade por serem mais leves e maior segurança, uma vez que os vírus em sua maioria são feitos para sistemas operacionais proprietários.

“Hoje, existem várias versões alternativas ao Windows. O Linux (sistema operacional de código aberto) é empacotado em vários ‘sabores’, o que a gente chama de distribuição. Duas delas são mais amigáveis: Ubuntu e Linux-Mint, mais fáceis de instalar e adaptar”, explica o professor da Universidade Federal do ABC (UFABC) Sérgio Amadeu. E continua: “As comunidades defendem o compartilhamento do conhecimento e, antes, acreditavam que todo o mundo tinha que aprender tudo, por isso não se preocupavam com a estética, em desenvolver interfaces mais amigáveis. Não é uma má ideia, mas torna inacessível.” Isso mudou no final dos anos 1990.

O software já nasceu livre. Sua lógica foi alterada há cerca de 40 anos, quando algumas empresas aproveitaram a natureza dualista do código fonte – uma linguagem mais perceptível para o usuário e outra que conversa com a máquina – e passaram a entregar aplicação executável. “A partir disso, criaram produtos e passaram a vender suas licenças. Isso animou uma grande indústria, que se consolidou com monopólios”, esclarece Sady Jacques, coordenador-geral da Associação de Software Livre.org. “Ou seja, o movimento do software livre vem para resgatar sua natureza”, enfatiza.


Adeptos

Essa filosofia encantou a aposentada Vera Cavalcante, 58 anos, no início dos anos 2000, quando teve a oportunidade de participar da migração dos sistemas e aplicações no Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). “Era da área administrativa, mas sempre fui xereta. Começamos a usar o pacote de escritório OpenOffice em 2003, mas ainda com Windows”, recorda. OpenOffice é uma das versões de editores de texto e outras tarefas de escritório de software livre. Em 2009, quando a Oracle comprou a Sun, que fazia o programa, a comunidade decidiu iniciar outro projeto, o LibreOffice, que já está na versão 4.3 e disponível em mais de 30 idiomas. Cavalcante pegou gosto e passou a colaborar com a comunidade brasileira com revisões da documentação e divulgação do programa a partir da revista especializada LibreOffice Magazine, da qual é editora. A aposentada se tornou referência. Ela mantém dois sistemas operacionais no computador (dual boot): Ubuntu e Windows. E faz questão de mencionar: “Software livre não é sinônimo de gratuidade ou ilegalidade. A grande maioria dos seus aplicativos funciona também em Windows, além de Linux e Mac. Uso para revisar versões anteriores que rodam em Windows e para abrir um leitor de livros digitais específico.”

O Serpro atualmente tem 5.700 estações de trabalho com Linux. Outras 2 mil possuem Linux e Windows. “Algumas máquinas acabaram retornando ao Windows para rodar aplicações de terceiros, como pagamento de impostos a prefeituras. Na comunicação, tem uma máquina com Windows por conta do Corel. Mas usamos bastante Gimp e Blender (editores de imagem)”, lembra Deivi Kuhn, que ficou responsável pela migração no Serpro e atualmente é coordenador estratégico de comunicação social. Para ele, a mudança valeu a pena, já que “as máquinas com Linux são mais estáveis, mais seguras, dão menos problema, são menos propensas a vírus, além de mais econômicas”.

A engenheira civil Haydee Svab, 33 anos, também usa Ubuntu e LibreOffice, além do Debian, outro sistema operacional, desde 2009. “No LibreOffice é possível fazer macros, como em Excel. Quem mexe com planilhas de maneira avançada, se dá muito bem com esse programa”, conta ela, que ainda acessa Windows uma vez ao mês para usar o AutoCAD. Svab explica que existem outros programas do tipo CAD, como LibreCAD e OpenSCAD, mas ainda pouco difundidos comercialmente. “O grupo de que faço parte chegou a desenvolver uma biblioteca chamada LibreDWG, cujo objetivo é facilitar esse intercâmbio entre os arquivos de extensão dwg e os softwares de CAD livres. Mas os proprietários mantêm você preso, não permitem a abertura de outras extensões. O LibreOffice só deslanchou quando passou a ler e salvar em .doc, com muita engenharia reversa”, observa ela, que faz parte do PoliGNU, formado por estudantes dos cursos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).


 

Da teoria à prática

Hoje encontram-se diversas opções de softwares livres para baixar na internet, com tutoriais, explicações detalhadas, por escrito ou em vídeo-aula.

Para baixar: 

www.sejalivre.org/downloads/

www.vivaolinux.com.br/download-linux/ 

www.opensourcealternative.org 

www.linuxmint.com.br/download


Quem preferir, pode consultar primeiro uma comunidade específica, um técnico especializado em Linux ou empresa. Cada comunidade possui um fórum em que é possível interagir com os integrantes, como do LibreOffice (http://ask.libreoffice.org/pt-br/questions) e do Ubuntu (http://ubuntuforum-br.org). Faça o teste e descubra qual programa é mais indicado para você: http://twixar.me/NHh.


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