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AÇÃO SINDICAL - Trabalhadores em prol do desenvolvimento nacional

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Soraya Misleh

       Iniciativa histórica promovida pelas cinco principais centrais sindicais brasileiras, além de entidades independentes, assembleia da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora no Estádio do Pacaembu aprovou por unanimidade, em 1º de junho, a “Agenda da classe trabalhadora pelo desenvolvimento com soberania, democracia e valorização do trabalho”.
       O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT/SP), o Paulinho, comemorou os números: cerca de 25 mil participantes representantes de 5 mil sindicatos de todo o País, que deram seu aval ao documento que reúne 249 propostas divididas em seis eixos estratégicos: crescimento com distribuição de renda e fortalecimento do mercado interno; valorização do trabalho decente com igualdade e inclusão social; estado como promotor do desenvolvimento socioeconômico e ambiental; democracia com efetiva participação popular; soberania e integração internacional; e direitos sindicais e negociação coletiva. Entre as bandeiras de luta, a ratificação pelo Congresso Nacional da Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que proíbe a demissão imotivada; a redução da jornada semanal de 44h para 40h; a definição de uma política permanente de valorização das aposentadorias e a manutenção do aumento do salário mínimo.
        O próximo passo será entregar essa agenda aos candidatos nas eleições deste ano, na busca de compromissos com as demandas dos trabalhadores. Linha que vem sendo seguida pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) desde 2006, quando lançou o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”. Atualizado em 2009, este propugna por desenvolvimento nacional sustentável com inclusão social e é a contribuição dos engenheiros a esse plano de nação conclamado pelo conjunto do movimento sindical.
       Prestigiando a iniciativa, alguns parlamentares, como o vereador paulistano Jamil Murad (PCdoB), a deputada federal Luiza Erundina (PSB/SP) e o senador Inácio Arruda (PCdoB/CE), endossaram-na e ressaltaram seu significado histórico. O que também foi lembrado pelo presidente da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados), Murilo Celso de Campos Pinheiro, presente no ensejo. Ele complementou: “Os trabalhadores, que deram contribuição inequívoca a que o Brasil atravessasse a crise econômica da forma mais positiva possível, estão mais que aptos a dizer o que querem do próximo governo.”

Voz unitária
        Para se fazerem ouvir, o caminho encontrado foi construir unidade, o que demandou cerca de seis meses de trabalho e muita consciência, como contou Artur Henrique da Silva, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Ponto enfatizado pelos diretores do SEESP Luiz Fernando Napoleone – que preside a delegacia sindical em Marília – e Gley Rosa, delegados pela CNTU na ocasião. Eles ressaltaram ainda a importância da presença da confederação. O que, como observou Allen Habert, diretor de articulação dessa organização, “estimula a necessária aliança com as outras categorias, para que possamos alcançar nossos objetivos de fomento do desenvolvimento sustentável com inserção social”.
        Tendo participado também da primeira conferência do gênero havida em 1981, em que a luta central era contra a ditadura militar, Hugo Perez, assessor da Força Sindical, destacou: “Queremos ser reconhecidos como atores sociais.” Nesse sentido, às bandeiras já tradicionais, Paulinho agregou mais uma: voz aos trabalhadores no Conselho Monetário Nacional, “em que se decide a política econômica”. Wagner Gomes, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), lembrou o quão oportuno é esse engajamento em prol de uma nova ordem mundial de modelos de desenvolvimento alternativos.
       Os temas aprovados no manifesto refletem o amadurecimento do movimento sindical em favor dessa trajetória, pontuou Habert. Opinião compartilhada por Antonio Neto e José Calixto Ramos, respectivamente presidentes da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil) e da NCST (Nova Central). “As centrais tomam uma postura de agentes de transformação da realidade”, ratificou Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

 

 

 

 

 

 

 

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