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OPINIÃO - Choque de gestão?

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Cid Barbosa Lima Junior

       Quando a grande mídia se refere ao Governo paulista, fala em choque de gestão. O que ela quer dizer com isso? Há inúmeros anúncios governamentais e pouquíssimas realizações.
       A alça sul do Rodoanel é uma delas, que só se concretizou – após incríveis acidentes – graças ao aporte de recursos do Governo Federal. Depois da inauguração, é anunciado que a ponte que atravessa a Billings será fechada quando houver ventos acima de 50 km/hora. Pasmem.
       Já o Metrô continua devagar quase parando. Há cinco anos começaram as obras da Linha Amarela e hoje temos dois anos de atraso e vários desastres – um deles, o buracão de Pinheiros que ceifou sete vidas.
       Merece atenção especial a gestão inoperante na Sabesp. A empresa tornou-se especialista em anúncios pinoquianos. Apesar da enorme propaganda – até no Acre apresentou o programa “Onda Limpa”–, focos de dengue foram encontrados por duas vezes neste ano na estação de tratamento de água do Alto da Boa Vista, bairro rico de São Paulo. Enquanto isso, para não ser processada por eventuais irregularidades, contratou um seguro milionário, que cobre assédios moral e sexual.
       Como de praxe nos governos tucanos, a privatização é o conteúdo político e ideológico predominante e não poderia ser diferente no Governo Serra. A desestatização do sistema de captação e tratamento de água do Alto Tietê deu-se no Governo Alckmin através de uma parceria público--privada, na qual a operação do sistema fica a cargo do privado. Já no Governo Serra, foi criado o “Aluguel do Ativo”. O sistema é entregue ao empreiteiro que construirá a estação de tratamento – de água ou esgoto – e recebe um aluguel – muito alto – pelo ativo, durante 15 anos ou mais, sendo que a operação fica com a Sabesp.
       Nesse desmonte da empresa, Serra implementou a política de terceirização das atividades-fins, com a redução de 17 mil para 15 mil empregados no Estado, demitindo aqueles que tinham mais experiência. Outras centenas foram avisadas que serão demitidas até junho de 2010. O clima organizacional é o pior possível.
        A Sabesp, que deveria cuidar do saneamento e, consequentemente, da saúde da população, privilegia o investidor. No balanço de 2008, anunciou um lucro líquido de R$ 1,374 bilhão e distribuiu os dividendos aos acionistas. No início do corrente ano, foram refeitas as contas, indicando um lucro de R$ 63,6 milhões, porque havia sido omitido o pagamento de R$ 944,5 milhões para os aposentados e pensionistas. Pequeno esquecimento! Muito pouco se investe em redes e tratamento de água e esgotos. O que está em andamento é em grande parte viabilizado por recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). São 126 obras, que preveem recursos de R$ 1,06 milhão.
       Não é só no Metrô e na Sabesp que o Governo Serra vai mal. No mês de março, faltou na rede estadual de saúde o principal remédio para combater a hepatite C, o Interferon 100.
        Por outro lado, não faltam bombas de efeito moral, gás pimenta, cassetetes e balas de borracha para os mal remunerados educadores paulistas.
        Há muito choque e nenhuma gestão.


Cid Barbosa Lima Junior é engenheiro

 

 

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