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Opinião – Os desafios dos próximos anos para a engenharia brasileira

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*Renato Becker


Há espaço físico para todos? Qual o limite? E a energia, teremos apagão? Não temos rios e fontes de água em abundância? Mas temos seca! A quantidade de água no planeta é constante, mas sofre alterações de estado físico, de localização e, principalmente, de qualidade. Precisamos ter o controle sobre essas e outras questões.

Estamos vivendo problemas sérios de infraestrutura, em especial de mobilidade (nas regiões metropolitanas), de abastecimento de água e de energia, que se agravaram nos últimos 12 meses. Encontrar a solução é um grande desafio aos governantes e ainda maior para os engenheiros que trabalham nessas áreas. Somem-se às dificuldades orçamentárias e técnicas a de decisões políticas muitas vezes sem considerar as melhores saídas apontadas pela engenharia.

Não são decisões simplistas, às vezes simpáticas à população, que vão solucionar os problemas, mas apenas disfarçá-los. Não basta pintar novas faixas nas ruas, criar slots de tempo para o tráfego (que tal o semáforo virtual?), definir tarifas públicas artificialmente, sem levar em conta estudos técnicos de engenharia e os investimentos necessários (sem o quê, não se obtém desenvolvimento).

Também não se deve ter receio de colocar em pauta e discutir realisticamente e sem paixões alguns “tabus”, como os entraves relacionados ao meio ambiente, formas de geração de energia (solar, nuclear), agricultura (setor que mais consome água – e muito exporta), indústria (o segundo em consumo de água e o que mais consome energia). Também não vamos nos iludir com propostas que não contemplem os respectivos orçamentos necessários à sua execução.

É fundamental ainda ter planejamento de Estado (e não de governo) bem definido para curto, médio e longo prazo, sempre realimentado e atualizado com a evolução das informações e da tecnologia. Esse é um grande desafio a nossa engenharia, pois os problemas atuais são de urgente solução, agravados pelas condições ambientais adversas e pelo longo período sem planejamento e ações. Some-se a isso o escasso quadro de engenheiros existente nas empresas de infraestrutura devido ao seu esvaziamento e às políticas de baixos salários e de terceirização.

Será preciso a contratação de muitos engenheiros para trabalhar no saneamento dessa situação delicada.

Cabe aos gestores públicos designarem técnicos para as funções específicas que necessitam conhecimento da área em que atuarão, seja nas empresas, nos institutos, nas secretarias.

E cabe a nós, engenheiros, o estudo de soluções, de viabilidade técnica e econômica, a apresentação das possibilidades e a sua execução, com inovação, qualidade, urgência e o sucesso requeridos pela conjuntura atual. Engenheiros, cabeça pensante e mãos à obra!


Renato Becker é diretor do SEESP 

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