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Editorial - Integração e solidariedade

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     Engenheiros de 17 estados brasileiros tiveram a oportunidade de, durante o Fórum Internacional de Desenvolvimento Sustentável, realizado em agosto no Acre e no Peru, refletir sobre um tema essencial aos brasileiros, muitas vezes deixado de lado: a fundamental necessidade de promover a integração e solidariedade continental. Afirmada inclusive na Constituição Federal de 1988, lamentavelmente a união latino-americana ainda não é uma realidade.
     Num mundo em que os estados nacionais não podem mais viver isoladamente, pois não escapam à globalização, os blocos políticos e econômicos também se impõem cada vez mais como uma necessidade. É, portanto, do interesse do Brasil um Mercosul que se concretize plenamente, com o maior número de integrantes possível. Também é preciso trabalhar pelo desenvolvimento de todos os países da América do Sul para que o conjunto se fortaleça. Os esforços brasileiros nesse sentido, desde que obedecendo de fato a nossos interesses estratégicos, devem ser vistos como passos rumo ao alcance dessa meta e não como mero assistencialismo aos vizinhos. As divergências eventuais devem ser tratadas com sabedoria pela diplomacia e superadas. Até porque, certamente, há muito mais convergências e interesses comuns que motivos de disputa.
     Nesse sentido, a engenharia brasileira tem muito a contribuir. Embora sejam fundamentais os aspectos socioculturais, a real integração continental demanda obras de infra-estrutura: estradas, hidrovias, gasodutos, redes de energia. Unir a América do Sul é uma tarefa com enormes empreendimentos a serem projetados e realizados. O objetivo deve ser cumprido respeitando-se os interesses diversos das nações envolvidas e de seus povos e, certamente, a preservação da natureza, o que importa à humanidade como um todo.
     Na visita ao Acre, os engenheiros puderam observar duas frentes de ação nesses eixos de integração: a BR-364, que ligará Rio Branco a Cruzeiro do Sul, tirando do isolamento dez municípios que abrigam 81% da população do Estado, e a BR-317, que segue após a fronteira com o Peru até Cusco, chegando ao Pacífico e abrirá uma nova e importante porta ao desenvolvimento brasileiro. A oportunidade de conhecer a realidade dessas regiões e encontrar sua população deixa clara a urgência em se aproximar cidades, estados e países.
     Com a perspectiva da integração, fica ainda mais natural a solidariedade entre os povos da América. O encerramento do fórum da Amazônia lamentavelmente coincidiu com o terremoto que abalou o Peru, fazendo mais de 500 vítimas fatais e levando destruição à cidade de Pisco. Os engenheiros brasileiros, muitos dos quais estavam no país quando ocorreu o tremor, oferecem sua solidariedade aos nossos vizinhos que, esperamos, em breve estarão ainda mais próximos do Brasil.

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

 


 
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