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Estudo revela quem são os engenheiros

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    Em pleno século XXI, a profissão no Estado ainda tem predominância masculina, sendo homens 87% dos que nela atuam, ante 13% de mulheres. Isso apesar de a participação feminina ser crescente. Além disso, mantém-se a concentração dessa mão-de-obra no setor industrial. Essas são algumas das conclusões preliminares de estudo que vem sendo elaborado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), mediante convênio com o SEESP.
      A análise, que visa traçar o perfil dos engenheiros em território paulista, deve estar pronta no final deste mês de setembro. Segundo José Silvestre Prado de Oliveira, supervisor do Dieese, seção São Paulo, baseia-se em dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho e Emprego relativos aos empregados formais no Estado no ano de 2005. O universo contemplado é de 51.307 engenheiros – no Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo) estão registrados em torno de 150 mil.
     Na distribuição por setor de atividade econômica, o estudo indica que a indústria de transformação permanece como a principal empregadora para a categoria, seguida pelo setor de serviços e construção civil. Em comparação com resultados observados nos anos 90, não houve variação nesse cenário, apesar de percentualmente ter havido alguma mudança. Por exemplo, o setor de construção civil, não obstante a queda na participação de engenheiros formais em relação à estimativa de 1997 – que apontava 20%, também conforme dados oficiais, contra os atuais 11,3% –, era e continua sendo o terceiro maior empregador. Conseqüentemente, de acordo com o supervisor do Dieese, 60% dos profissionais atuam em estabelecimentos com mais de 250 trabalhadores, ou seja, de porte médio ou grande – panorama que praticamente se mantém em comparação com os anos 90.
     Nas empresas privadas está atualmente o maior contingente dessa mão-de-obra – 80% –, nas estaduais encontram-se 9,8% do total e nas municipais, 4,7%. Os 2,9% restantes atuam em companhias sem fins lucrativos.
     Conforme Silvestre, as estaduais são as que garantem melhor rendimento aos engenheiros, com mais de 60% do total recebendo acima de 15 salários mínimos. Já as municipais reúnem o maior número de profissionais com vencimentos próximos do piso garantido por lei. Nesse segmento, 38,4% situam-se na faixa até dez salários mínimos.

Rendimento
     Na distribuição geral, 25,5% dos trabalhadores da categoria ganham em torno do piso, sendo a maioria – 42,1% – com até 29 anos de idade. Vinte e três por cento têm salários que variam entre 10,1 e 15 mínimos, e mais da metade situa-se na faixa acima de 15.
     As mulheres ainda têm rendimentos inferiores, aponta o estudo. Em dezembro de 2005, seu salário médio era R$ 4.191,20 e o dos homens, R$ 5.394,90. A diferença se mantém, independentemente da modalidade. Entre os engenheiros químicos, por exemplo, supera os R$ 2 mil. Entre os mecatrônicos, assim como os civis e afins, aproxima-se dos R$ 1 mil. Ainda para ilustrar, por faixa salarial, na acima de 20 salários mínimos, 33,8% são do gênero masculino e 18,7%, feminino. Com vencimentos em torno do piso, o cenário se inverte: 24,1% são homens e 36%, mulheres.
     Ao final, o estudo do Dieese deve comparar esses dados com os de 1995 e apontar, além do perfil do engenheiro formal no Estado, a evolução do setor ao longo desses anos. Com isso, possivelmente dará para comprovar se tendências reveladas nos anos 90, período áureo das privatizações, se mantiveram ou não. Entre elas, a de que, conforme análise feita à época pelo SEESP mediante convênio com a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), “na movimentação de pessoal registrada entre 1995 e julho de 1997, verifica-se o sustentado decréscimo dos níveis salariais”. Em outras palavras, os dados do período indicam que, de modo geral, estavam sendo substituídos engenheiros com salários mais elevados por outros com menores.


Soraya Misleh

 

 

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