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Cresce Brasil – Ministro apresenta a engenheiros perspectivas para a Copa 2014

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Em palestra na sede do SEESP, na Capital, no dia 1º de novembro, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, abordou o tema. O debate integra o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), que organizou a iniciativa.

Falando a cerca de 200 engenheiros de todo o País, Rebelo destacou as contribuições do “Cresce Brasil” aos rumos do desenvolvimento nacional e lembrou que o País sediará os dois maiores eventos globais: a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016. Sobre o primeiro deles, em sua 20ª edição, ocorrerá no Brasil pela segunda vez (a primeira foi em 1950), reunindo 32 seleções. Seiscentos mil turistas estrangeiros são esperados. Já as Olimpíadas, que abrangem mais de 200 países e mais de 20 modalidades esportivas, acontecerão pela primeira vez na América do Sul.

Centrando sua apresentação na Copa 2014, Rebelo citou o termo de cooperação técnica que o Ministério do Esporte firmou com a FNE para acompanhamento pela entidade das obras do mundial. Sua assinatura se deu em 30 de março de 2012, durante debate realizado em Manaus (AM).

Para o palestrante, a Copa será uma grande oportunidade. “Os impactos socioeconômicos de grandes eventos já foram estudados. Somente a Copa garantirá a geração de 3,6 milhões de empregos no País, mais do que um Uruguai.” De acordo com ele, para cada um real em inversões públicas, o retorno será de 3,4 ao investidor privado. “Vinte e nove bilhões de pessoas serão impactadas diretamente com a imagem do Brasil. São 19 mil jornalistas credenciados e 350 redes de TV cadastradas.”

Destacando que “poderia discutir a importância da Copa sobre vários pontos de vista”, Rebelo enfatizou que “o futebol é uma instituição internacional”. Assim, citou “estudioso francês segundo o qual o conceito moderno de país ultrapassa o conceito clássico de que tem que ter povo, território, governo. É necessário ter uma seleção nacional de futebol – e que participe de algum torneio internacional”. Nesse sentido, o ministro apontou alguns exemplos na história para salientar como o esporte e o mundial estão atrelados ao nacionalismo e têm importância política para a unidade do povo após guerras e conflitos. Entre eles, a África do Sul pós-apartheid, que sediaria a Copa de 2010, e mesmo a Alemanha, em que o mundial teria lugar quatro anos antes. Até então, por conta do papel desempenhado pelo país na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), havia uma espécie de constrangimento em erguer a bandeira e cantar o hino – o que foi corroborado na ocasião por Christian Müller, presidente da Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha (VDI-Brasil).

No Brasil, Rebelo observou que “o futebol tem raízes muito profundas”. De passatempo das elites no século XVIII, seria transformado em “esporte de massas”. “Deu a jovens pobres e negros oportunidades que a escola, num país muito desigual, não garantiu. Talvez por isso o futebol seja uma das poucas instituições que se consolidou à margem do Estado e do mercado, sendo construído por seus adeptos.” Para o ministro, a Copa é a projeção do valor que tem esse esporte no mundo, e não há nenhuma dificuldade ao Brasil realizá-la. “Hoje, Mato Grosso é responsável por 60% do superávit da balança comercial, que é agrícola. Não vai conseguir organizar quatro jogos? Difícil foi construir Cuiabá por volta do ano 1600, construir Manaus, o forte Príncipe da Beira no interior de Rondônia e outro no Amapá séculos atrás.” O mundial, reiterou Rebelo, “é uma grande oportunidade que temos que celebrar como uma vitória. As obras de mobilidade urbana, viadutos, metrôs, VLTs, toda a infraestrutura, boa parte oriunda do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) mediante empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), ficarão aqui. E a taça também tem tudo para ficar”, concluiu.



Debate

O otimismo com o resultado do mundial foi também expresso por vários engenheiros durante o debate, no qual a categoria levantou questões importantes para tal êxito. Entre elas, quanto à comunicação e à segurança durante a Copa 2014. Com relação à última, Rebelo afirmou que estão sendo feitos “investimentos elevados”. Segundo ele, durante a Copa das Confederações, no mês de junho último, em meio a “manifestações sem precedentes”, não foram registrados grandes incidentes. “Operações diárias foram coordenadas, com um Centro de Comando e Controle em cada estado. A Copa das Confederações demonstrou que é possível fazer, com disciplina e elevado espírito de responsabilidade.” No que concerne à comunicação, o ministro foi categórico: “Haverá banda larga até em Manaus, mesmo com toda a dificuldade logística.”

Para além disso, Rebelo acredita que o País tem como grande vantagem a “qualidade humana”, diferencial na forma de receber e acolher os turistas. Oportunidade à Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) e à Organização das Nações Unidas (ONU) fazerem da Copa uma campanha contra o racismo, rumo a um possível “projeto civilizatório mais tolerante e democrático”.


Por Soraya Misleh


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