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Excelência em saneamento básico

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      Com característica de planície, o município de Presidente Epitácio, a cerca de 600km da Capital paulista, buscou solução tecnológica inovadora para assegurar a coleta de esgotos à quase totalidade de sua população. É o que afirma Erivelton Bortoli dos Santos, gerente do setor da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) na cidade e ainda diretor da Delegacia Sindical do SEESP em Lins.
      Segundo ele, o relevo do município, de ares bucólicos, contribui para atividades ao ar livre, como caminhadas e ciclismo, mas era desfavorável à implantação de rede de esgoto, pela dificuldade de escoamento. “Para a engenharia sanitária, a condição topográfica aprazível à qualidade de vida levou a grandes desafios na questão da coleta e do afastamento dos esgotos sanitários, impondo a necessidade de dez estações elevatórias em operação, que encaminham os efluentes a uma única ETE (Estação de Tratamento de Esgotos)”. Com isso, assegura-se a preservação do meio ambiente.
      Bortoli continua: “No meio técnico, difunde-se que a eficiência máxima esperada para remoção de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), ou seja, tratamento de esgoto tipo anaeróbio é 70%; a ETE de Presidente Epitácio chega a 90%. Tem excelente performance, fruto de tecnologia nacional inovadora, comprometimento na operação e experiência dos profissionais da Sabesp.” Para ele, o resultado aponta a necessidade de mudança do paradigma no Brasil. A solução apresentada na estação – que traz modelo de superação e está em funcionamento há dez anos – é bastante simples, compacta e o custo é equivalente a outras convencionais. Constitui-se, de acordo com o gerente, de sistema de tratamento preliminar, para a remoção de sólidos grosseiros e areia presentes nos esgotos, e uma lagoa anaeróbia modificada, a qual “tem um ressalto, uma subelevação no fundo onde é coletado o lodo”. O projeto é de autoria do engenheiro Hissashi Kamiyama e a execução da obra ficou por conta do seu colega Décio Dias Cesco.

Alta qualidade
       O resultado é o elevado padrão de saneamento básico predominante. O município, por intermédio da Sabesp –, garante abastecimento de água à totalidade dos seus cerca de 40 mil habitantes. A captação é feita no Rio Paraná, que margeia a cidade, rumo à ETA (Estação de Tratamento de Água) instalada há mais de 40 anos.
       Já a coleta de esgoto alcança 94,41%, percentual integralmente tratado. Bortoli apresenta os números: “São 12.400 ligações de água e 11.700 de esgoto.” Em um país em que, conforme mostra estudo recente da Abdib (Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base), a coleta de esgoto é bastante precária, não é pouca coisa. Em 2006, havia na fila 95,6 milhões de pessoas sem acesso adequado ao serviço, o que corresponde a 51,3% da população brasileira.
       Não apenas em Presidente Epitácio, mas no espaço de atuação da Sabesp como um todo – que atende 366 dos 645 municípios paulistas –, a situação é melhor. Quem garante é a secretaria Estadual de Saneamento e Energia, Dilma Seli Pena, em artigo intitulado “Saneamento, urgência nacional”, disponível no site da Fundação Getúlio Vargas. Segundo ela, nessa área, o acesso à coleta de esgotos por rede pública evoluiu, nos últimos dez anos, de 68% para 79% e o tratamento subiu de 29% para 63%, “fruto de R$ 15,5 bilhões investidos nos últimos 12 anos, sendo R$ 9 bilhões em sistemas de esgotamento sanitário”.

Recursos ainda insuficientes
      O cenário encontrado no Brasil é fruto do baixo investimento no setor nas últimas décadas. Os recursos para a área previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) – num total de R$ 40 bilhões até 2010 – devem melhorar esse cenário e, portanto, diminuir as diferenças regionais hoje existentes, mas ainda são insuficientes. Segundo divulgado no site da Fundação Getúlio Vargas, o próprio diretor de água e esgotos do Ministério das Cidades, Márcio Galvão, afirmou – durante apresentação de pesquisa sobre a situação de saneamento desenvolvida pela FGV em parceria com o Instituto Trata Brasil, em 19 de maio último – que seriam necessários, além desse, mais quatro PACs para dar conta do recado.


Soraya Misleh

 

 

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