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EDITORIAL - A vida nas grandes cidades

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      Ao propor a discussão sobre as regiões metropolitanas, a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e os seus sindicatos filiados entraram num debate hoje fundamental: a vida nas grandes cidades e o seu futuro. Em São Paulo, o SEESP realizou em março um seminário sobre o tema, abordando problemas e soluções para questões como transporte, saneamento, habitação e economia.
      O documento gerado a partir desse esforço tem sido agora apresentado aos candidatos a prefeito da Capital e se constitui em excelente ferramenta para quem pretende elaborar um programa de trabalho para sua administração. Integrando o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, em linhas gerais, o manifesto “Por uma metrópole desenvolvida e boa de viver” propõe crescimento com democracia, distribuição de renda, respeito à natureza e reorganização urbana.
      Na mesma sintonia de onda, em sua edição de 5 de agosto, o jornal O Estado de S. Paulo trouxe uma grande reportagem, em formato de revista, sobre as megacidades. Um mapa de como essas se distribuem no mundo aponta a Grande São Paulo como a quinta maior em população, posição que já ocupava em 1975 e que continuará a ter em 2025, quando deve chegar a 21,428 milhões de habitantes. Ficará atrás de Tóquio (36,400 milhões), Mumbai (26,385 milhões), Nova Délhi (22,498 milhões) e Daca (22,015 milhões). A questão que se coloca é como organizar todo esse contingente de pessoas, garantindo-lhes emprego, renda, qualidade de vida e, muito importante, preservando o ambiente.
      Para além da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo), a publicação traz notícias da macrometrópole, formada a partir do crescimento da mancha urbana entre São Paulo e Campinas, que uniu 65 municípios e abriga 12% da população brasileira ou 22 milhões de pessoas. Nos 11.698km2, concentram-se 65,3% do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado. No complexo rodoviário mais movimentado de São Paulo, Anhangüera e a Bandeirantes, circulam 300 mil veículos todos os dias, com gente ou mercadorias que vão e vêm. O fenômeno, que tende a se estender à Baixada Santista, exige providências quanto a, por exemplo, ferrovias que possam atender a essa gigantesca demanda.
      Num artigo que integra o suplemento de O Estado, o governador José Serra toca num ponto fundamental à melhoria das condições de vida na região metropolitana e que foi tratado pelo seminário promovido pelo SEESP, fazendo parte de suas propostas. Trata-se da necessidade da existência de uma autoridade metropolitana efetiva, que tenha autonomia em relação ao Estado e aos municípios individualmente. Esse será o caminho para que problemas que atravessam parte ou a totalidade das 39 localidades que formam a Grande São Paulo possam ser enfrentados de fato.
      O governador aponta ainda questões extremamente relevantes, como a subrepresentação política diante da grande concentração populacional e má distribuição dos recursos oriundos do Fundo de Participação dos Municípios, que não considera o número de habitantes acima de 160 mil.

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente do SEESP

 

 

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