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Tecnologia 3G impulsiona oportunidades a engenheiros

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     Mais do que incrementar a oferta de serviços aos usuários, os celulares com velocidade de transmissão banda larga que chegaram ao mercado nacional no final do ano passado representam novas oportunidades de trabalho aos profissionais da categoria. Com a evolução tecnológica denominada 3G (terceira geração), que amplia a gama de recursos disponíveis nos aparelhos móveis – propiciando desde videoconferência até downloads de vídeos e música cada vez maiores –, os fabricantes desses equipamentos têm aberto vagas para engenheiros, em especial de telecomunicações e eletrônicos.
      A informação é de Helio Bampi, diretor de relações institucionais da Abeprest (Associação Brasileira de Empresas de Soluções de Telecomunicações e Informática) e da Febratel (Federação Brasileira de Telecomunicações). Além dos profissionais que o setor tradicionalmente emprega, complementa o vice-presidente de redes da Ericsson do Brasil, Rogério Loripe, há oportunidades também aos da área civil. A esses cabe atuar na parte de infra-estrutura. A principal demanda, segundo Bampi, encontra-se em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, onde se concentram os maiores produtores. Ao que tudo indica, reflexo dessa procura vem sendo sentido no setor de Oportunidades e Desenvolvimento Profissional do SEESP. Na bolsa de empregos que mantém, de dezembro de 2007 a julho último, houve incremento maior na oferta de vagas aos profissionais dessas modalidades.
      Na Ericsson, por exemplo – cuja matriz fica na Capital paulista, a fábrica, em São José dos Campos e o centro de desenvolvimento, em Indaiatuba, ambos no Interior do Estado –, houve, conforme Loripe, aumento de 10% a 15% do quadro de pessoal em razão da nova tecnologia. “A empresa tinha 4 mil funcionários, agora tem 4,5 mil. Os engenheiros, que hoje são 3 mil, representam cerca de 80% desse crescimento.” Na sua ótica, a depender de como o mercado vai reagir à 3G, esse aquecimento pode continuar. E, assim, manter-se a recuperação de vagas perdidas ao final dos anos 90, no período pós-privatizações, no segmento das telecomunicações. “Na crise de 2000, o setor tinha 191 mil empregados; em 2006, eram 194,7 mil; hoje, deve ter passado de 200 mil”, estima Loripe. Aparentemente, será o caso: segundo a 3G Americas, associação comercial que apóia a indústria dos sem-fio nas Américas, em junho o Brasil tinha quase 200 mil assinaturas 3G (tecnologia HSDPA); três meses depois, são perto de 800 mil. E a expectativa é que até o final do ano sejam 3 milhões de usuários.
      Não obstante, diferentemente das fabricantes, entre as operadoras, afirma Bampi, não há muita perspectiva de aumento de postos de trabalho. “Normalmente, compram soluções turn key (em pacote fechado)”, explica. Por outro lado, diante da constante evolução tecnológica, são obrigadas a garantir reciclagem aos seus empregados, “o que oportuniza a atualização profissional”. Loripe atesta que, além da quantidade, a qualidade da mão-de-obra é necessidade do setor.

Mais profissionais
      Já se nota carência para atender a demanda, informa. Para Bampi, sem dúvida o Brasil precisa formar mais engenheiros de telecomunicações e de outras áreas. A escassez de mão-de-obra face a um crescimento econômico foi alertada pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e sindicatos a ela filiados – como o SEESP – já em 2006, em seu projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”. No documento que propugna por uma plataforma nacional de desenvolvimento sustentável com inclusão social, a projeção apresentada é de que seja necessário formar, na graduação, o dobro de engenheiros no País. “Ou seja, é urgente aumentar o número de vagas nos cursos de engenharia e é fundamental que a formação oferecida aos estudantes seja de boa qualidade.” Para se ter uma idéia da defasagem, indica ainda o “Cresce Brasil”, aqui, a relação é de oito engenheiros para cada 100 formandos; na Coréia do Sul, são 20; e na França, 15. As universidades brasileiras lançam ao mercado anualmente 20 mil profissionais, ante 300 mil na China, 200 mil na Índia e 80 mil na Coréia.


 

Soraya Misleh

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