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Opinião – Técnicas de sustentabilidade

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João Henrique Castanho de Campos


Aconteceu no Rio de Janeiro, entre 15 e 22 de junho, o encontro conhecido internacionalmente como Rio+20, oficialmente intitulado Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável. O termo é usado para definir ações e atividades dos seres humanos que visam suprir as suas necessidades atuais sem comprometer o futuro e as próximas gerações. Ou seja, está diretamente relacionado ao progresso econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles sejam preservados.

Considerando que uma das atividades com alto potencial de degradação do meio ambiente é a indústria de modo geral que, em seus vários segmentos, é uma grande consumidora de insumos disponíveis no ambiente, o desenvolvimento de sua atividade tem sido uma grave ameaça à preservação dos recursos naturais no planeta, apesar de geradora de riquezas e agregadora de valores aos bens primários. A geração de resíduos constitui-se ou está associada ao desperdício de insumos (matérias-primas, água e energia). Consequentemente, a adoção de práticas de  produção mais limpa, mais conhecida como “prevenção à poluição” (P2), resultará em ganhos econômicos, dentre outros benefícios, para as organizações.

A prevenção à poluição ou redução na fonte refere-se a qualquer prática, processo, técnica ou tecnologia que vise a redução ou eliminação em volume, concentração
e/ou toxicidade dos resíduos na fonte geradora. Incluem-se modificações nos equipamentos, processos ou procedimentos, reformulação ou replanejamento de produtos, substituição de matéria-prima e melhorias nos gerenciamentos administrativos e técnicos da entidade/empresa, resultando no aumento de eficiência no uso dos insumos. Nas práticas de prevenção à poluição, são abordadas algumas mudanças no enfoque que é dado ao controle ambiental no empreendimento, no qual as medidas são incorporadas dentro da rotina de produção e não mais no final dela, ou seja, o conhecido controle de fim de tubo.

Por outro lado, não constituem prevenção as práticas, técnicas ou tecnologias envolvidas no gerenciamento do resíduo gerado para o controle ou remediação da poluição. Isso porque atividades relativas a tratamento, reciclagem fora do processo e disposição de resíduos não implicam a redução da quantidade de resíduos na fonte geradora, mas atuam, de forma corretiva, sobre as consequências da sua geração.

Podem ser aplicadas algumas medidas em qualquer organização interessada em reduzir a geração de resíduos na fonte, tais como o reúso e a reciclagem internos, melhoria de práticas operacionais, reformulação dos produtos, substituição de insumos, controle de estoque, segregação de resíduos e manutenção preventiva. A implementação de ações de P2 está diretamente ligada à mudança de ênfase, por parte dos órgãos governamentais, das empresas e da comunidade, visando a melhoria da qualidade ambiental, local e global.

A atuação de todos é importante, através de procedimentos práticos e simples, mas que poderiam contribuir, significativamente, para uma melhoria do panorama atual de devastação contumaz e organizada do meio ambiente. Com a participação ampla nesse processo, cada um fazendo sua parte, preservando e denunciando o mau uso dos recursos ambientais, conseguiremos atingir o bem comum, que é a manutenção dos direitos fundamentais da pessoa humana, incluídos aí o ambiente saudável, utilização sustentável dos recursos naturais e manutenção da qualidade de vida.


João Henrique Castanho de Campos é engenheiro químico formado pela Unicamp 
(Universidade Estadual de Campinas), atuando há 20 anos no sistema de meio ambiente. Atualmente é diretor do Departamento
de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura de Campinas

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