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EDITORIAL - Um grito de alerta que precisa ecoar

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       Dando sequência à mobilização contra o processo de desindustrialização nacional, representantes do setor patronal e do movimento sindical lançaram em 27 de fevereiro último o manifesto “Grito de alerta em defesa da produção e do emprego brasileiros”. O documento, assinado por diversas centrais sindicais e inúmeras organizações empresariais, chama a atenção para a estagnação do setor industrial no ano passado e propõe medidas que revertam a situação. “Em 1985, a indústria de transformação representou 27% do PIB (Produto Interno Bruto), em 2011 deve ter chegado a menos de 16% e mantida a atual situação, chegaremos ao fim de 2012 com menos de 15%.

        O declínio da indústria coloca o País numa situação perigosa e vulnerável, com dificuldade de gerar empregos de qualidade e salários decentes para as presentes gerações e para as vindouras. Não se pode ignorar o impacto futuro que a redução da atividade da indústria brasileira, e da capacidade de consumo dos trabalhadores afetados, poderá ter sobre a expansão sustentável do emprego no comércio e serviços”, pontua o documento.

       Entre os fatores responsáveis pelo quadro preocupante estão juros altos, câmbio valorizado e guerra fiscal favorecendo as importações. De acordo com o manifesto, sem medidas eficazes, o Brasil, que, em 1980, tinha parque industrial equivalente à soma dos então existentes na Tailândia, Malásia, Coréia do Sul e China, estará condenado a ser uma economia produtora e exportadora de commodities, enquanto consome cada dia mais produtos industrializados importados desses lugares. Basta lembrar que o déficit nessa área em 2011 foi de US$ 93 bilhões.

       Além das medidas macroeconômicas básicas – redução da taxa selic, dos spreads bancários e controle da valorização cambial –, o alerta elenca mais 19 medidas emergenciais para que a indústria tenha novo fôlego. Essas se dividem em estímulo ao investimento produtivo, defesa comercial contra as importações e fim dos incentivos fiscais à prática, além de contrapartidas que assegurem o crescimento do emprego no segmento.

       Sem desprezar a importância do setor agrícola à economia nacional, claro está que o Brasil precisa de uma indústria forte para assegurar seu pleno desenvolvimento e condições de vida adequadas à sua população. É necessário ainda forte investimento em ciência, tecnologia e inovação. Isso porque também não basta que haja um grande setor produtivo montador. É essencial que se faça pesquisa e desenvolvimento internamente para que o avanço seja pleno. Portanto, o grito de alerta lançado nesse pacto entre trabalhadores e empresários precisa ecoar na sociedade e junto ao governo.



Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente




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