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OPINIÃO - Vinte e cinco anos do prêmio Personalidade da Tecnologia

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Allen Habert



         É com grande júbilo que chegamos aos 25 anos de premiação da Personalidade da Tecnologia. Um quarto de século é sempre uma ocasião para um brinde e uma reflexão. Nesses anos, foram premiados 151 profissionais de excelência, em dezenas de áreas da engenharia e tecnologia, assim como na economia, arquitetura, educação, saúde, geografia, relações internacionais, biologia, cooperativismo, sociologia, comércio exterior, empreendedorismo e gestão participativa.

         Em 1987, quando foi criado o prêmio juntamente com o Conselho Tecnológico, o Brasil tinha uma recentíssima democracia de dois anos e estava em pleno processo constituinte. O Ministério da Ciência e Tecnologia estava recém-criado, iniciativa que contou com a participação ativa do SEESP. O prêmio, que contou com o apoio de vários cientistas de ponta, como os professores Rogério Cerqueira Leite, Crodowaldo Pavan, Sérgio Mascarenhas e Hélio Guerra, foi se afirmando através das várias diretorias da entidade e mostrou com clareza o caminho que o sindicato via no processo de desenvolvimento das tecnologias de base e de ponta e como isso se liga com o social, o político e o econômico. Precisávamos resistir ao processo de desestruturação da economia nacional e do setor de engenharia consultiva. Década de 90... Tínhamos claro que um país sem domínio da concepção de projetos de engenharia e tecnologia é sempre refém das outras nações. Perde sua soberania e sua capacidade de direcionar seu desenvolvimento.

         Lembro disso porque, hoje, necessitamos que o País ouse muito mais nas áreas da educação, ciência, tecnologia e inovação. Faz tempo que não temos uma nova Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), sonho de Santos Dumont e Casimiro Montenegro. Quem era jovem em 1987, é agora profissional maduro. Não havia notebook, celular, banda larga, célula-tronco, nanotecnologia. Mas, hoje, devemos voltar a voar, como Santos Dumont fez em 1906, em Paris. Acreditar que podemos dar um salto no nosso desenvolvimento com tecnologias de ponta, comprando, se for o caso, empresas multinacionais de TI para nos dar respaldo em grandes projetos nacionais, nas áreas de design digital, da indústria do mar, de satélites, em TICs.

         Os 151 profissionais premiados nesses 25 anos, seis a cada homenagem, ajudaram e ajudam, com os seus exemplos, a aumentar a autoestima dos engenheiros e de nossas entidades. São um comando ético da engenharia. Exemplo disso é a criação corajosa pelo SEESP do Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia), nossa faculdade de engenharia que vai formar a partir de 2012 engenheiros de inovação. Precisamos reforçar esse projeto-semente, pois ele vai irradiar-se pelo sistema produtivo auxiliando a requalificar profissionais da engenharia, investir em cérebros e desenvolver a inovação.

         O prêmio Personalidade da Tecnologia é hoje, sem sombra de dúvida, um dos principais prêmios de tecnologias do País, maduro e reconhecido. Estamos projetando um salto nos próximos anos e, contando com novas parcerias, vamos dar a ele dimensão ainda maior. Ano que vem, por exemplo, queremos realizar a premiação em grande estilo na Sala São Paulo, para 1.300 pessoas, com a apresentação da Orquestra Sinfônica da USP (Universidade de São Paulo), regida por uma maestrina formada em engenharia. Vamos inserir o prêmio na vida cultural da cidade e do País.

         Vida longa e inovação permanente ao prêmio Personalidade da Tecnologia nos seus próximos 25 anos!


Allen Habert é engenheiro de produção e mestre pela Escola Politécnica da USP, foi presidente do SEESP (1986-1989) e é diretor de articulação nacional da CNTU.




 


 

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