logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

Sindical – Desafios à soberania e emprego no Brasil

Avalie este item
(0 votos)

A Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) realizou no dia 6 de dezembro último, na sede do SEESP, na Capital, seu 5º Encontro Nacional. Em pauta, soberania e emprego no Brasil. Ao final, foi aprovada por aclamação a Carta do evento (https://bit.ly/36ovlD4).

 

À abertura, Murilo Pinheiro, presidente da CNTU, enfatizou: “Estamos juntos no caminho da luta, trabalho e perseverança e de propostas que serão, ao final deste encontro, apresentadas para discussão com todos os setores, como Legislativo e Executivo.” Também integraram a mesa inaugural os representantes das entidades filiadas à confederação, o vereador Eduardo Suplicy (PT) e o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), que discorreu sobre a importância do tema do encontro, ante 13 milhões de desempregados e 17 milhões de subempregados, bem como ameaças à soberania nacional, como proposta do governo de abertura do controle total da Base de Alcântara para os Estados Unidos.

 

Os desafios para se alcançar soberania nacional e a atual conjuntura do mundo do trabalho foram objeto de seminário com a participação do professor em Geopolítica da Universidade de São Paulo, André Roberto Martin, e do diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio. Para o primeiro deles, o Brasil tem capacidade de ser soberano. Para tanto, é preciso compreender o lugar geopolítico do País. Ganz Lúcio, por seu turno, apresentou grandes desafios a uma soberania nacional sobre o ponto de vista do emprego. Com o advento da quarta revolução industrial, está sendo estruturado um novo mundo, conforme explicou. No Brasil, os dados indicam que, em dez anos, 60% dos postos laborais serão afetados gravemente pela inovação tecnológica. “Portanto, temos uma agenda pela frente, que é pensar o mundo do trabalho”, ressaltou Ganz Lúcio.

 

 

Conselho Consultivo e homenagens

Coroando o 5º Encontro Nacional, 42 novos membros foram empossados ao Conselho Consultivo da CNTU durante plenária que se seguiu ao seminário. Agora se somam 1.594. O diretor da confederação e coordenador da atividade, Allen Habert, pontuou: “Queremos transmitir aos novos integrantes dois grandes projetos. O primeiro é ajudar a criar um novo projeto ao Bicentenário da Independência em 2022, para a gente dar um salto. E o segundo é a comemoração dos 100 anos da Semana de Arte Moderna, energia que vai dar condições de superarmos o momento anticultural que vivemos e construir uma revolução do conhecimento.”

 

Já a plenária contou com depoimentos especiais do historiador Célio Turino e do economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, agraciado na ocasião com o prêmio Personalidade Profissional da confederação em Interesse público. Eles falaram respectivamente sobre “a economia de Francisco” e “o pensamento de Celso Furtado” – que faleceu em 2004, aos 84 anos.

 

Este último, como destacou Bresser-Pereira, trouxe as ideias fundamentais do desenvolvimentismo clássico – industrialização, com intervenção do Estado na economia através do planejamento e substituição de importações. “Sou formado nessa tradição”, relatou. Sob esse modelo, como explicou, o Brasil foi o país que mais cresceu no mundo entre 1930 e 1980, quando houve “virada neoliberal”. A partir de então, o quadro passou a ser de “quase estagnação”. “A saída é um novo desenvolvimento. Temos que debater e ter uma proposta nessa direção”, concluiu Bresser-Pereira, que é professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) em São Paulo.

 

Na mesma linha, Turino informou que “a economia de Francisco”, cujo primeiro congresso ocorrerá entre 26 e 28 de março de 2020, em Assis, na Itália, “foi um chamado feito pelo Papa em maio último para abarcar novas economias. O nome se baseia nos princípios de São Francisco de Assis”. Ele continuou: “Há um sentido de urgência histórica por ativar rede de movimentos sociais empreendedores, jovens pesquisadores, pequenos empresários. Se vivemos num planeta com recursos finitos, não é possível o modelo econômico basea­do na acumulação infinita do capital. Isso só vai aprofundar a crise civilizatória e climática.” O historiador, que é ainda escritor e especialista em políticas públicas,  completou: “No encontro em Assis, vamos levar a proposta de renda básica de cidadania como contribuição do Brasil [de autoria do vereador Suplicy]. E também que se nomeie ‘economia de Francisco e Clara’.”

 

Ao encerramento do 5º Encontro Nacional, foi entregue o prêmio Personalidade Profissional aos seguintes destaques do ano em suas áreas de atuação: Carlos Roberto de Castro (Economia), Vahan Agopyan (Engenharia), Jussara Cony (Farmácia), José Ferreira Campos Sobrinho (Odontologia), Dimas Rodrigues de Oliveira (Nutrição), além de Bresser-Pereira. Como salientou a vice-presidente da CNTU, Gilda Almeida, a homenagem, em sua nona edição, é destinada “àqueles que contribuem para construir um Brasil melhor em prol do interesse da sociedade”.

 

 

Confira cobertura completa em bit.ly/5encontroCNTU

 

 

 

Por Soraya Misleh. Colaboraram Jéssica Silva e Deborah Moreira

 

 

 

Adicionar comentário

Receba o SEESP Notícias *

agenda