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OPINIÃO - A C40 e as políticas públicas

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Cid Barbosa Lima Junior


        Nos meses de maio e junho últimos, aconteceu em São Paulo o encontro da rede C40 – Large Cities Climate Leadership Group, que reuniu prefeitos e representantes das maiores cidades do planeta, para trocar experiências e, fundamentalmente, estudar ações para a luta contra as mudanças climáticas na Terra.

        Criado em 2005 pelo então Prefeito de Londres, o evento ocorre a cada dois anos. É um pequeno passo que começa, pouco a pouco, a assumir maior importância como laboratório na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.

        Participaram dessa recente edição 56 cidades, sendo 40 membros permanentes e 16 afiliadas. Em 2011, a iniciativa teve ainda a presença de Bill Clinton, líder da Clinton Climate Iniciative, convidado em 2006 a ser parceiro da C40. Na oportunidade, o ex-presidente dos Estados Unidos elogiou o Brasil pelo uso do etanol e afirmou que o País apresentou o biocombustível mais eficiente do mundo.

        Ao ser constituída, a C40 pareceu mais uma propaganda, sem maiores consequências. Hoje, um conjunto de pequenas e efetivas ações pode apontar para a implementação de competentes políticas públicas, mas que precisam ter continuidade. Por exemplo, lançado em 1990 em São Paulo, o ônibus movido a etanol até hoje não se tornou uma alternativa real, embora a política para o combustível, com todos os seus percalços, comece a amadurecer no País.

        É preciso destacar que médios e grandes municípios no Brasil têm feito mais pela preservação do meio ambiente do que muitos dos grandes países. Em 2004, a Prefeitura de São Paulo estabeleceu uma parceria com a de Paris, reforçada em 2011 por um termo de cooperação, ampliando o intercâmbio em vários setores. Outro documento do gênero foi assinado com a cidade de Nova York.

        Devemos fazer a autocrítica e reconhecer que há muito que caminhar. Todavia, estamos implementando consistentes políticas, principalmente na questão dos combustíveis renováveis, na geração elétrica limpa e na preservação das florestas. Esperamos também que as grandes potências assumam suas responsabilidades e possam enfrentar com seriedade a questão da sustentabilidade. As nações mais desenvolvidas foram as que mais destruições causaram, e hoje esses países são os que menos fazem seu dever de casa. Paradoxalmente, são os que mais cobram preservação do grupo que forma o Bric (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

        A reunião da C40, com todas as suas falhas, começa a dar seus primeiros passos e a reivindicar participação na próxima Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio +20), que acontecerá no ano que vem.


Cid Barbosa Lima Junior é engenheiro e membro do Conselho Editorial do Jornal do Engenheiro



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