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Educação – Formar profissional que a indústria precisa

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Um sério obstáculo à inovação no setor industrial é a ausência de recursos humanos qualificados. Apresentada em estudo publicado em 2015 pela Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), braço da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a constatação segue atual. Intitulado “O Fortalecimento das Engenharias”, o compilado sinaliza déficit entre o que as empresas necessitam e o que as faculdades oferecem. O Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), que tem como entidade mantenedora o SEESP, não se enquadra nesse contexto.Pelo contrário, é citado no estudo como exemplo positivo, revelando-se inovador no processo de aprendizagem e promissor na formação profissional.

Empresários e CEOs de grandes indústrias do País foram ouvidos para se descobrir as causas da deficiência e o que seria fundamental para supri-la. Salientou-se que para o incremento do Produto Interno Bruto (PIB), é preciso investimento e aumento da produtividade do trabalho. Ao alcance desses resultados, é mister inovação. Essa, como explica Paulo Mól, coordenador técnico da MEI, “pode acontecer em todos os ambientes de uma empresa, mas o engenheiro por formação já possui o olhar voltado a soluções de problemas, isso se torna relevante no processo”. Não obstante, conforme o estudo, apenas 54% desses profissionais está na indústria brasileira. Agravante à escassez de mão de obra qualificada, apontada na pesquisa, é a evasão de 60% nos cursos da área.

Para Mól, o gap está em como o engenheiro sai da universidade. Com novas tecnologias como internet das coisas, big data e inteligência artificial, ele observa que o mercado de trabalho é mais exigente e há demora na adequação das grades curriculares. “O tempo da academia, do preparo do professor e do contato do aluno acaba sendo descompassado”, critica o coordenador. Segundo ele, é preciso fortalecer a interlocução universidade-empresa – relacionamento considerado crucial a uma plataforma de desenvolvimento nacional sustentável, como propugna a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) em seu projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”. “É uma convergência de propósitos”, ratifica Mól.

O Isitec foi mencionado como facilitador dessa conversa. Em 2015 o instituto iniciava suas atividades com a primeira turma de graduação em Engenharia de Inovação, curso pioneiro no Brasil. Hoje, são quatro e mais de dez ofertas entre extensão e pós-graduação. “Buscamos sempre trazer desafios reais para os estudantes, que não estão nos livros”, conta o professor e coordenador-geral de graduação do Isitec, José Marques Póvoa. A faculdade recentemente promoveu a Maratona de Inovação, que resultou em projetos feitos pelos alunos para solucionar problemas apresentados por empresas. Além disso, possui um projeto de apadrinhamento com a Citrosuco, que leva um aluno por mês para conhecer a planta de desenvolvimento da companhia. Diretor-geral do instituto, Saulo Krichanã Rodrigues, destaca: “Nós estamos criando aqui um centro de excelência para que as empresas venham buscar o aluno dentro da faculdade e assim contribuir em seu desenvolvimento, no processo de aprendizagem, tornando-o capaz de chegar ao mercado de trabalho.”

O modelo de aula também é diferenciado. “Os professores atuam muito mais como mediadores do aprendizado do que os únicos detentores do conhecimento”, conta Póvoa. Ele enfatiza: “O engenheiro de hoje, e do futuro, deve ser um eterno aprendiz, senão estará fora da profissão. Deve buscar sempre por cursos de especialização que o mantenham atualizado, não só com as tecnologias, mas também com a dinâmica em que vive a sociedade e as relações pessoais.”

 

Olhar inovador
Para garantir a inovação e, assim, crescimento econômico, Mól aponta ainda a necessidade de formação comportamental. Segundo a pesquisa, o perfil profissional desejado, diante dos desafios mercadológicos do século XXI, é do engenheiro com olhar inovador, capacidade de solucionar problemas, tomada de decisões, que saiba liderar e ser liderado.

Para Póvoa, a afirmação vai ao encontro da proposta do Isitec. “Hoje um engenheiro não pode ser somente técnico ou tecnicista, precisa conhecer todo o processo ao qual esteja engajado, participar de toda a cadeia produtiva da sua organização”, frisa. E conclui: “Não se faz engenharia ou tecnologia sem conhecimento, mas também não tem sentido tecnologia sem aplicação. Por isso insistimos que Engenharia de Inovação é a intersecção da sociedade.”

 

Por Jéssica Silva

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