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EDITORIAL - A escassez de engenheiros no Brasil e a crise na Europa

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        Desde 2006, o SEESP e a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) vêm alertando para a necessidade de se garantir a oferta adequada de mão de obra qualificada, apta a operar o sistema de desenvolvimento. À época, quando da primeira edição do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, o manifesto defendia que se dobrasse o número de formandos em engenharia, então reduzidos a 30 mil por ano.

        Com a retomada do crescimento, as empresas passaram a acusar a escassez de profissionais em setores como construção civil, que teve forte reaquecimento nos últimos anos, naval, revivido mais re­centemente, e petróleo e gás, no qual as perspectivas são muito otimistas. Mais que um problema, esse cenário cons­titui-se em oportunidade fundamental de, juntamente com a expansão econômica, assegurar a colocação e a recolocação no mercado de trabalho dos engenheiros que saem das faculdades – contingente que em 2009 alcançou a marca dos 55 mil – e daqueles que, du­rante o período da estagnação, migra­ram para outras atividades.

        Como vimos defendendo, é preciso que todos os interessados no tema, setor produtivo, governo, entidades de classe e academia empenhem esforços para garantir que os recursos humanos disponíveis no Brasil sejam aproveitados. O crescimento econômico deve cumprir o papel primordial de trazer melhores condições de vida à população do País, o que inclui empregar seus trabalhadores. Entre todas as soluções para sanar eventual dificuldade de preencher uma vaga, a pior e que deve ser descartada é a importação de mão de obra.

        Tal medida em nada serve aos interesses do Brasil e do seu povo e representa mais saída pontual ao desemprego enfrentado na Europa, sobretudo pelos trabalhadores qualificados. Só na Espanha, segundo matéria do jornal El País, em 2010 havia 893 mil desempregados detentores de um ou mais diplomas. Diante de uma crise que não tem dado trégua desde 2008 e com 200 mil graduados todos os anos, a situação mostra-se preocupante. Con­forme divulgado na mesma publicação, os serviços especializados em colocação de mão de obra já listam entre os conselhos para se conseguir um posto emigrar e tentar a sorte no exterior. Desse ponto de vista, as oportunidades que se abrem no Brasil podem parecer bastante atraentes. Esse movimento, no entanto, não contempla as necessidades dos profis­sionais aqui existentes.

 

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

 

 

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