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22/03/2012

Trabalho invade tempo livre das pessoas

“Todas as análises feitas demonstram que desde os anos 2000 o mercado de trabalho brasileiro tem melhorado muito: há, por exemplo, mais gente ocupada, menos desempregados e mais assalariados do ponto de vista formal, com carteira assinada. Mesmo assim, as pessoas estão trabalhando mais, de forma mais intensa e esse tempo de trabalho está invadindo cada vez mais a vida particular das pessoas”. Foi o que disse o técnico em Planejamento e Pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), André Gambier Campos, hoje, em Brasília, durante a apresentação do Sistema de Percepção Social Trabalho e tempo livre.

De acordo com a análise feita pelo Instituto, para um grupo dos entrevistados – entre 30% e 50% deles - há uma percepção comum da relação entre o tempo de trabalho e o tempo livre: a de que o tempo de trabalho remunerado afeta de modo significativo, crescente e negativo o tempo livre. Isso, segundo o pesquisador, é um fenômeno preocupante, porque gera uma série de consequências negativas para a vida desses trabalhadores, como cansaço, estresse e desmotivação, além de prejuízo das relações familiares e de amizade, das atividades esportivas, educacionais, etc.

Para André Gambier, não deixa de ser contraditório observar o conflito entre a percepção desse grupo de entrevistados com a leitura que se fez dos dados da Pnad/IBGE, que mostram uma aparente redução da importância do tempo de trabalho na vida cotidiana da população brasileira. Ele disse que parte da explicação pode ser uma “diluição” das fronteiras entre tempo de trabalho e tempo livre, já que para quase metade dos entrevistados, mesmo quando é alcançado o limite da jornada diária, o trabalho continua a lhes acompanhar, até mesmo em suas casas.

O estudo aponta ainda que, apesar da percepção comum de que o tempo de trabalho afeta de maneira significativa, crescente e negativa a qualidade de vida, somente um quinto dos entrevistados pensa em trocar de ocupação por conta disso. E, ainda que a pesquisa não trate especificamente do tempo de trabalho não remunerado, desenvolvido no âmbito doméstico, traz algumas informações a respeito: esse tempo de trabalho é significativo na vida diária dos entrevistados – um quarto das respostas indica que em caso de nova lei prevendo a diminuição da jornada de trabalho, a principal destinação do tempo livre seria o cuidado com a casa e a família.

O SIPS ouviu 3.796 pessoas residentes em áreas urbanas, das cinco regiões do país. A pesquisa analisa, por exemplo, se o trabalhador consegue se desligar das preocupações profissionais após o período de trabalho, se realiza outras atividades cotidianas, se o tempo dedicado ao trabalho compromete sua qualidade de vida, e a percepção a respeito da redução da jornada de trabalho.

 

 

Imprensa – SEESP
* Informação do Ipea






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