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01/03/2012

EUA cancelam compra da Embraer

A Força Aérea dos Estados Unidos cancelou o contrato de US$ 355 milhões com a Embraer e a sua parceira local Sierra Nevada Corporation para fornecer 20 aviões Super Tucano A-29.

        O negócio anunciado no fim de 2011, após mais de um ano de negociações, ainda não tinha sido assinado e acabou sendo suspenso em definitivo sob a alegação de falhas na documentação. A Aeronáutica dos EUA prometeu refazer a licitação que era contestada na Justiça pela norte-americana Hawker Beechcraft, cuja aeronave AT-6 foi derrotada pela fabricante brasileira.

       O contrato com a Embraer já tinha sido suspenso temporariamente em janeiro, quando o governo norte-americano afirmou que visava apenas esclarecer melhor o litígio legal. Seus porta-vozes ressaltaram que a disputa tinha sido "justa e transparente". Mas o secretário da Força Aérea, Michael Donley, voltou atrás e disse ontem (28) em comunicado que havia "insatisfação sobre a qualidade da documentação" do vencedor. "Apesar de buscarmos a perfeição, às vezes não atingimos nosso objetivo, e quando fazemos isso temos que adotar medidas de correção", acrescentou.

       A Embraer lamentou a perda do seu maior negócio com os EUA, que vinha sendo duramente contestado por empresários e políticos, sobretudo parlamentares do Kansas, sede da rival Hawker. Eles criticavam a encomenda de alto valor feita a uma empresa estrangeira, justamente em tempos de crise, ameaçando até pedir investigação internacional para apurar eventual subsídio do governo brasileiro à Embraer. O Super Tucano A-29 foi desenvolvido para missões de combate localizado. Atualmente, é usado por cinco forças aéreas, e ainda existem outras encomendas.

       A derrota da Hawker significaria a perda de empregos em Wichita, Kansas, cidade que corre também o risco de perder sua fábrica da Boeing. A opção pela Embraer também já vinha servindo abertamente de munição eleitoral dos republicanos contra o presidente Barack Obama. O tema deverá ser tratado no encontro de Obama com a presidente Dilma Rousseff, quando visitar os EUA, em 9 de abril.

       Prazo legal - Em nota, a fabricante brasileira também questionou os argumentos da Aeronáutica, lembrando que participou do processo de seleção oferecendo, "sem exceção e no prazo próprio", toda a documentação exigida. Segundo a Embraer, a decisão a favor do Super Tucano, anunciada em 30 de dezembro, levou em conta a escolha pelo melhor produto, "com desempenho em ação já comprovado e capaz de atender com maior eficiência às demandas apresentadas pelo cliente". Seus próximos passos vão depender das explicações a serem apresentadas oficialmente pela Defesa dos EUA.

       Acordo sob risco - O México não vê boa vontade do Brasil de salvar o acordo de livre comércio de automóveis entre os dois países, disse uma fonte ligada aos negociadores mexicanos à agência internacional Reuters. O Brasil, alarmado com um aumento das importações de automóveis mexicanos, mais competitivos, tem dito que quer revisar o acordo, ou, do contrário, vai rompê-lo. O secretário de Economia mexicano, Bruno Ferrari, e a secretária de Relações Exteriores, Patricia Espinosa, vão se reunir hoje em Brasília com autoridades brasileiras para tentar salvar o acordo. Golpeado por uma excessiva apreciação do real, que reduziu a competitividade de sua indústria, o Brasil exigiu neste mês uma revisão do acordo de livre comércio de automóveis, que contribuiu para um deficit comercial de US$ 1,7 bilhão com o México em 2011. O governo quer fixar cotas para a importação de automóveis mexicanos.



(Correio Braziliense)
www.fne.org.br




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