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27/03/2020

Não há contradição em preservar empresas e salvar vidas

 

Comunicação SEESP *

 

O Brasil pode e deve adotar medidas para a preservação das vidas e das empresas, simultaneamente. Não há contradição entre as duas questões, como avalia o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fausto Augusto Junior, em entrevista à Rádio Brasil Atual. Afinal, não é possível pensar que as companhias vão funcionar normalmente se os trabalhadores estiverem em risco.

 

Foto: pixabay/geralt / Site da Organização das Nações Unidas

 

A previsão do Dieese é que o endividamento acumulado vai demandar um novo pacto social para superar a crise. Com a previsão de uma recessão econômica mundial, especialistas cobram maior presença do Estado no sentido de equilibrar as relações políticas, sociais e econômicas para o enfrentamento dessa crise.
 

É o que defende o técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. “Diante dessa necessidade, entra o Estado como agente que pode garantir algum nível de atividade e a renda no curtíssimo prazo. Porque os empresários pensam: se não vendo, não tem como pagar salários. Daí a importância do papel do Estado na proteção, inclusive de trabalhadores”, argumenta.
 

Ele afirma que a saída é o poder público, "combinado com os agentes econômicos, encontrar uma saída para colocar a economia para girar, oferecendo crédito, transporte, logística, entre outras medidas”. Outra ação proposta seria a desoneração da folha das empresas em contrapartida à manutenção dos postos de trabalho. 
 

“É possível pensar em repactuar a sociedade, especialmente a partir do processo de endividamento que vai ocorrer entre as famílias e as empresas. As empresas não vão quebrar no período de quarentena, mas após esse período, quando voltarmos à normalidade. É aí que o Estado tem que atuar, para refazer contratos e alongar o perfil das dívidas. Em alguns casos, perdoando-as”, afirma Fausto Junior.
 

Como enfatiza Murilo Pinheiro, presidente do SEESP, em seu artigo "Enfrentar a crise com coragem e responsabilidade", "na administração dessa situação, ponto absolutamente vital é que os governos e o Parlamento enxerguem com clareza a necessidade de abandonar a ideia do Estado mínimo, do ajuste fiscal e direcionem recursos à saúde e à assistência social. É preciso atender a população e assegurar que ela tenha meios de subsistência".

 

Ele complementa: "Antes mesmo da pandemia, o Brasil já enfrentava graves índices de desemprego e pobreza. A situação tende a piorar agora, e o Estado deve agir pensando em toda a sociedade. Precisamos preservar empresas e empregos para o pós-crise, mas não é possível que isso seja feito penalizando os já mais vulneráveis, cortando ainda mais direitos sociais e trabalhistas. É hora de pensar e agir com coragem e responsabilidade. Vamos em frente."

 

Em atendimento à recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o sindicato suspendeu as atividades presenciais até 7 de abril próximo, sem, contudo, cessar o atendimento e orientação a seus representados ou se omitir diante da grave pandemia causada pelo novo coronavírus. Assim, tem apresentado propostas e difundido informações diariamente. Além disso, insiste na importância de que as entidades dos trabalhadores sejam ouvidas na formulação de medidas pelos poderes instituídos neste momento.

 

 

 

 

* Com informações da Agência Sindical

 

 

 

 

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