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19/11/2011

1º Encontro nacional da CNTU é realizado em São Paulo

         Durante a abertura, Allen Habert, diretor de articulação nacional da CNTU, relatou que a confederação escolheu o ano de 2011 para unificar uma plataforma de ideias entre as categorias médias do País. “Defendemos políticas públicas que são essenciais para atravessar a defasagem entre uma economia forte e a questão social”, destacou. Na sua visão, no futuro, o movimento liderado pela CNTU será reconhecido como a geração da mudança.

         “Se construirmos agora tudo aquilo que reivindicamos no passado, teremos condições de criar um País socialmente mais forte e justo. Portanto, a nossa geração vai ser considerada a que deu a virada”, acredita. Habert citou também que durante o evento será lançada a campanha “Por um Brasil inteligente”, que visa melhorias na educação, na saúde, nos serviços públicos, na geração de empregos, na indústria nacional, entre outras prioridades para o desenvolvimento de um País inteligente. “Queremos transformar o Brasil numa nação soberana, mais justa e democrática”, enfatizou.

         Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), acredita que o debate promovido pela confederação vai contribuir de forma significativa com esse período de transição positiva que o Brasil vem atravessando. “Compartilhamos dos mesmos fundamentos e da mesma visão que a CNTU tem do Brasil. Queremos lutar por um projeto nacional de desenvolvimento justo, forte e democrático”, ressaltou.

         Falando da atuação da classe média nos momentos decisivos da história do Brasil, como o movimento republicano que derrubou a monarquia, o vereador Jamil Murad (PCdoB/SP), disse que já nessa época a camada média representava um anseio de participação, de progresso e de desenvolvimento. “É essa vontade que eu vejo representada nesse evento, de dar continuidade ao movimento de participação em prol do progresso social”, enfatizou.

         Para o presidente da CNTU, Murilo Pinheiro, a entidade tem a responsabilidade de responder pelas áreas que congrega e por tudo que a sociedade necessita. “Temos que criticar, mas também apontar o caminho, apresentando propostas factíveis para desenvolver o País”.

         Também participaram da mesa de abertura Cid Carvalhaes, presidente da Fenam (Federação Nacional dos Médicos); Juarez Trevisan, presidente da Fenecon (Federação Nacional dos Economistas); Célia Chaves, presidente da Fenafar (Federação Nacional dos Farmacêuticos); Welington Mello, presidente da Fio (Federação Interestadual dos Odontologistas); e Ernane Silveira, presidente do Sindicato dos Nutricionistas do Estado de São Paulo. 


A classe média e o desenvolvimento econômico
         Esse foi o tema da palestra ministrada pelo professor Waldir Quadros, do Instituto de Economia da Unicamp. No início de sua apresentação, ele falou que o principal desafio é entender porque no recente ciclo de desenvolvimento não houve um dinamismo produtivo nacional também nos segmentos diferenciados da classe média. Para tanto, sugeriu recuperar o período de crescimento econômico

         “É importante destacar que de 1930 a 1980, o País se desenvolveu e se industrializou, e que a partir de 1981 iniciou-se um período de estagnação com uma forte regressão industrial, social e de todos os trabalhadores, que durou até 2003”, citou. Segundo o palestrante, esse cenário só mudou a partir de 2004, onde ocorreu a retomada do crescimento econômico que trouxe um dinamismo social nos segmentos populares da sociedade com redução da miséria obtida pelo aumento do salário mínimo e da geração de empregos.

         Conforme Quadros, a ascensão mais vigorosa chegou apenas aos pobres que subiram para a baixa classe média e que a elevação foi bastante restrita para as pessoas que já se encontravam nessa camada. Além disso, mencionou que a média classe média e a média alta ficaram estagnadas. “É uma falácia dizer que o País se tornou uma nação de classe média, já que temos ainda muitos miseráveis”, criticou. Na sua visão, a única forma de reverter esse quadro é implantar uma política de industrialização juntamente com serviços produtivos e sociais para que possam gerar empregos diretos para a classe média como engenheiros, médicos, entre outros.

         “Apesar dos retrocessos da estrutura industrial, ainda é possível recuperar as lacunas nas cadeias produtivas e construir condições macroeconômicas mais favoráveis, particularmente no que diz respeito a política industrial e tecnológica”, ponderou. Nesse sentido, acredita que o Brasil tem uma oportunidade histórica de implementar um novo padrão de desenvolvimento econômico baseado na retomada da industrialização, com o pré-sal, e acompanhado de avanços equivalentes nos serviços produtivos para construir uma nação moderna, civilizada e ambientalmente saudável.

         Para Quadros, com essa iniciativa será possível criar condições econômicas mais avançadas e oportunidades para a alta e a média classe média rompendo assim, os obstáculos que impedem que a mobilidade social avance vigorosamente para além da baixa classe média gerando melhoria das condições de vida para o conjunto da população.“Fazia tempo que o Brasil não tinha uma conjuntura tão favorável para o desenvolvimento econômico. Temos que aproveitar esse momento.”

         Outro ponto crucial na visão do palestrante, é a reestruturação dos serviços públicos de educação, saúde, saneamento, habitação, transporte coletivo, que devem contemplar não só a classe média, mas toda a sociedade. “Só assim vamos construir uma sociedade mais justa e menos desigual, elevando os padrões de vida em geral e extinguindo a miséria e a pobreza”, acredita. Na sua opinião, as soluções de fato serão implantadas pela política. “O Estado tem papel decisivo e a sociedade deve apoiá-lo para obter avanços”, concluiu. 



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Autor: Lucélia Barbosa
foto: Beatriz Arruda



www.cntu.org.br




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