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02/08/2018

Sintonia com os interesses populares

Comunicação SEESP

 

Na manhã desta quarta-feira, 1º/8, o SEESP recebeu em sua sede, na Capital, a pré-candidata ao Senado Federal Silvia Ferraro (PSOL), para apresentar suas ideias aos engenheiros. A campineira, professora da rede municipal, já de início expôs a dificuldade dos futuros senadores, pois “qualquer proposta de investimento irá de encontro à Emenda Constitucional 95” – que limitou os gastos públicos por 20 anos.

 

“Estamos num momento de recessão, de mudança da configuração do Estado de Direito, que caminha para o sentido oposto (...), numa lógica de tratar direitos como mercadoria”, ressaltou Ferraro. Ela destacou como exemplos desse caminho oposto a reforma trabalhista, a “perda da soberania” com as privatizações e a negociação da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), além da reforma do ensino básico, “que engessa o currículo escolar para abrir mercado ao ensino privado”. Sobre este último, enfatizou: “Ainda propõe que o EJA (Educação de Jovens e Adultos) seja 100% em EAD (Ensino a Distância)”, referindo-se à precarização do ensino e à desvalorização do professor.

 

 

 

Foto: Beatriz Arruda
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A pré-candidata Silvia Ferraro em debate com os engenheiros do SEESP.

 

 

 

Na visão de Ferraro, o “público não pode estar a serviço do privado”, e é papel do senador estar alinhado com os interesses populares, “em sintonia com as elaborações das categorias”. Para ela, é por meio da articulação com a população que devem ser pensados projetos e leis. Nesse ponto, a postulante citou a plataforma “Vamos”, desenvolvida pelo partido para debater com o público os eixos que entrariam no programa de campanha.

 

“Como primeira ação vamos exigir do próximo presidente um referendo revogatório de todas essas medidas ilegítimas que foram aplicadas nesses dois anos. Um referendo que possa consultar a população se essas medidas têm validade ou não”, colocou Ferraro. Ela afirmou que a proposta está prevista na Constituição e se apoiou no argumento de que as reformas e leis oriundas do Governo Temer “fazem parte de um programa que não passou pelo crivo das urnas, fruto de uma manobra parlamentar”.

 

Ferraro falou sobre a necessidade de uma reforma tributária que assegure proporcionalidade, “com o assalariado pagando menos do que os donos de grandes riquezas”; também a urgência de uma auditoria da dívida pública, a reforma agrária, urbana e a valorização do salário mínimo. “E para tudo vamos precisar da participação popular, pois vamos enfrentar interesses muito fortes, dos grandes, dos privilegiados”, ela externou.

 

Ações

 

A pré-candidata frisou que o Brasil é o quinto país que mais mata mulheres. “Temos uma lei positiva, porém não é aplicada”, disse Ferraro, referindo-se à Lei Maria da Penha (nº 11.340/06). “Não serve só para criminalizar o agressor, mas para prevenir. E para ser aplicada na prevenção, nas medidas de proteção, nas casas de acolhimento, precisa de investimentos públicos”, continuou. “Nós não queremos somente que ao final de tudo o assassino seja preso, querermos que mulheres parem de ser assassinadas”, frisou.

 

Questionada sobre o projeto “Tarifa zero” nos transportes coletivos, Ferraro observou que há necessidade de planejamento para um processo rumo a essa possibilidade. “O que nós lutamos é por um transporte público, estatal e com tarifa social”, defendeu.

 

Ao término do debate, o presidente do SEESP, Murilo Pinheiro, entregou à pré-candidata a nova versão do projeto “Cresce Brasil +Engenharia +Desenvolvimento”, como uma “contribuição dos engenheiros de propostas factíveis ao desenvolvimento do País”, colocando o sindicato à disposição. “Essa casa está aberta, é uma casa democrática e pronta para discutir a política brasileira”, ressaltou. 

 

Na tarde do dia 1º, o SEESP recebeu ainda o pré-candidato a Governador Rogerio Chequer (Novo), dando sequência ao ciclo de debates.

 

 

 

 

 

 

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