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02/06/2011

Parques nacionais podem triplicar arrecadação até as Olimpíadas

 

O problema é que parques como Iguaçu (PR), Chapada dos Veadeiros (GO) e Tijuca (RJ) ainda não são fonte de lucro, como ocorre, por exemplo, na África do Sul, que transformou o Parque Nacional Kruger numa referência internacional

       Donos de um potencial econômico avaliado em R$1,57 bilhão por ano, os 67 parques nacionais brasileiros devem se transformar em fonte de lucro para o país. O cálculo faz parte do estudo "Contribuição das Unidades de Conservação Brasileiras para a economia nacional", coordenado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA). O trabalho mostra que os parques nacionais podem movimentar na economia, em 2016, ano das Olimpíadas do Rio, um valor que supera em 242% os R$459 milhões registrados em 2009. O problema é que parques como Iguaçu (PR), Chapada dos Veadeiros (GO) e Tijuca (RJ) ainda não são fonte de lucro, como ocorre, por exemplo, na África do Sul, que transformou o Parque Nacional Kruger numa referência internacional.

       O estudo revela também que o movimento potencial dos parques vai ultrapassar o orçamento anual destinado a todo o conjunto de 310 unidades de conservação federais - R$316 milhões em 2010, segundo o MMA. O documento, cuja elaboração contou com a participação de pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), será apresentado no dia 7, em evento no Ipea, em Brasília.

       - Até então, todos tinham o sentimento de que o governo fazia um aporte financeiro insuficiente nas áreas protegidas. A novidade é que o estudo dá exatamente a dimensão deste desafio - afirmou um dos coordenadores do trabalho, o biólogo Rodrigo Medeiros, da Rural. - O retorno que os parques podem oferecer é três vezes superior à necessidade estimada de investimentos nestas áreas, de R$611 milhões anuais.

       O cálculo do potencial dos parques foi feito com base em metodologia desenvolvida pela Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Na análise, entra na conta os gastos dos visitantes na região do entorno das unidades. A localização da área verde também pesa: se, por exemplo, o parque estiver em um grande centro urbano, o estudo usa percentual maior para traduzir e converter gastos em rendimentos e empregos. O caso do Parque da Serra dos Órgãos, entre Teresópolis e Petrópolis, mostra que o retorno financeiro é maior do que os investimentos: a unidade executou, em 2009, R$2,2 milhões em sua gestão e o impacto econômico local foi de R$7 milhões a R$8 milhões.

 

Principal programa federal na área está parado
       Com o apelo do Cristo Redentor, o Parque Nacional da Tijuca responde por 43,95% das visitações entre os 18 parques que oferecem condições mínimas para receber turistas. Em um cenário conservador, a unidade movimentou R$289,74 milhões em 2009 em sua área de influência, diz o estudo. E tem potencial para, ao menos, duplicar este montante em cinco anos.

       - A pesquisa reforça a ideia de que o recurso investido nas unidades de conservação volta para a sociedade não só pelos serviços ambientais prestados e pela conservação da biodiversidade em si, mas também em atividades econômicas nos municípios - explicou Ernesto Viveiros de Castro, coordenador-geral de Visitação do Instituto Chico Mendes (ICMBio), responsável pela gestão dos parques.

       O analista ambiental Henrique Zaluar, chefe do Parque da Tijuca, ressalta a necessidade de mais investimentos:

       - Em 2010, tivemos 2 milhões de visitantes, com gastos de custeio de R$5 milhões e arrecadamos R$13,5 milhões. Nossa meta para os próximos quatro anos é tornar atingir o montante de R$50 milhões de arrecadação. O principal gargalo está na força de trabalho. Enquanto o serviço de parques dos EUA tem mais de 20 mil servidores, nós, do ICMBio, não chegamos aos 2.500.

       O desafio do governo federal para as Olimpíadas é dotar todos os 67 parques federais de infraestrutura básica. Para isso, uma das apostas é o programa "Parques da Copa", com investimentos previstos de R$668 milhões, entre recursos da União e privados. A iniciativa, uma parceria entre os ministérios do Meio Ambiente e do Turismo, ainda não saiu do papel.

       - O projeto ainda não foi formalizado. Foi feito um esboço, mas não avançou - disse a coordenadora-geral de Serviços Turísticos do Ministério do Turismo, Rosiane Rockenbach. - A nossa pasta foi a mais atingida pelo contingenciamento de recursos. Mas estamos elaborando um plano-piloto em cinco parques para fomentar a atividade turística.

 

www.fne.org.br

 

 

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