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21/05/2011

Encontro Regional da CNTU propõe qualificação profissional

       Aconteceu na sexta-feira (20) a largada para o I Encontro Nacional da CNTU, com a relização da primeira etapa regional do projeto na cidade de Maceió, em Alagoas. 

       Ao longo do dia entraram em debate os temas "Trabalho, desenvolvimento e inovação", "Expansão e qualidade da educação superior: transformações regionais", "Educação, qualificação e requalificação" e "Desafios energéticos nos caminhos do desenvolvimento". 

       Participaram como expositores Marco Aurélio Cabral Pinto, professor adjunto de Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense (UFF), Maria Rosa Abreu, professora associada da Faculdade de Educação daUniversidade de Brasília (UnB), Luciana Santa Rita, professora adjunta da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e pesquisadora do Grupo de Estudos em Agroindústria e Inovação dessa instituição, e Geoberto Espírito Santo, professor de Eletrotécnica e Instalações Elétricas do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Alagoas, vice-presidente de Planejamento Energético do Fórum Nacional dos Secretários de Estado para Assuntos de Energia e presidente da Algás (Gás de Alagoas S.A.).

       Ao final da jornada de trabalho, os participantes aprovaram a "Carta de Maceió". Confira:

 

Carta de Maceió
       A CNTU - Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados*, reunida, em Maceió, Alagoas, para o seu 1º Encontro Regional voltado ao tema “Emprego, trabalho e qualificação profissional”, prepara-se localmente para a ampla discussão em curso neste ano, que culminará em novembro no 1º Encontro Nacional da entidade. Na ocasião, profissionais de todo o País se reunirão para debater e se posicionar sobre “Os profissionais universitários, o desenvolvimento no país e a política”. 

       A iniciativa da CNTU visa colocar em discussão um programa nacional de desenvolvimento econômico, social, cultural e tecnológico para o Brasil e parte da compreensão de uma importante agenda a ser cumprida e da sua responsabilidade nessa tarefa. O atual crescimento da economia brasileira não é suficiente para elevar e propagar substancialmente pelo sistema produtivo a inovação tecnológica e a valorização do trabalho qualificado, condições fundamentais para que se dê um salto qualitativo no nosso desenvolvimento nacional.

       Com base no passado, sabe-se que a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) não supera necessariamente as distorções regionais e as deficiências em decorrência da dependência das importações de tecnologia, das limitações de formação educacional e da excessiva financeirização da economia, obstáculo à produção. É inegável que o Brasil possui setores e empresas modernas baseadas em tecnologia de ponta e trabalho qualificado. No entanto, é preciso estender a capacidade de inovação e geração de conhecimento e riqueza ao conjunto da economia nacional e fazer com que os benefícios desse avanço sejam apropriados pela totalidade da população brasileira.

       Integra esse anseio dotar a nação de infraestrutura que atenda às demandas do desenvolvimento e do bem-estar da população, com destaque para um programa energético sustentável, que deve levar em conta o potencial e o conhecimento acumulado nacionais, a importância de desenvolver fontes alternativas e a ênfase à eficiência e conservação. O Brasil já é uma potência nessa área, tendo uma das matrizes mais limpas do mundo. A segurança energética precisa ser mantida para as próximas décadas. Dessa forma, é necessário dar continuidade aos investimentos em fontes renováveis, como hidroeletricidade, biomassa, eólica e solar, e avançar na expansão do sistema interligado nacional, que permite que a energia gerada no Sul e Sudeste supra a demanda do Norte e Nordeste quando essas regiões estiverem com restrição de geração própria. 

       Apesar do crescimento de vagas ofertadas no ensino superior e da existência no país de uma densa rede de instituições universitárias, há que se enfrentar as altas taxas de evasão escolar no ensino superior e a baixa qualidade observada em significativa parcela do sistema educacional. Simultaneamente, é imprescindível que o país desenvolva com urgência um Sistema Nacional de Qualificação e Requalificação Profissional, juntamente com um fundo de recursos voltado ao seu financiamento, que dinamize a oferta de programas, cursos e vagas destinadas aos grandes contingentes de profissionais com formação superior que se encontram defasados e necessitados de atualização para o pleno exercício da profissão e da qual encontram-se também ausentes em virtude do desemprego, do desvio de função e da desqualificação a que foram submetidos durante o longo período de semi-estagnação da economia.

       O Encontro Regional apresentou informações da situação educacional no Brasil e as possíveis estratégias e possibilidades a serem desenvolvidas pelo sistema universitário, pelas empresas, pelos sindicatos, pelo poder público, de modo a criar um novo ambiente de intensa qualificação e requalificação de pessoal fundamentais para turbinar o desenvolvimento nacional e a valorização destes profissionais.

       Pensando no papel que as camadas médias devem desempenhar na luta pela justiça social, é preciso agir para incluir a parcela da força de trabalho hoje desprovida de qualquer qualificação e relegada irremediavelmente à informalidade. Esse quadro faz parte da dívida social a ser resgatada, que exige investimento equivalente à sua enorme dimensão, marcada pela existência de um ambiente de trocas desiguais.

       Conscientes de seu dever para com a sociedade, os profissionais liberais aqui reunidos, que representam importante capital intelectual do país, engajam-se em uma ação coordenada e propositiva por melhores condições de vida para todos os 190 milhões de brasileiras e brasileiros.

 

Maceió, 20 de maio de 2011

 

*A CNTU – Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados foi criada em 27 de dezembro de 2006. Formada pelas federações dos Economistas, Engenheiros, Farmacêuticos, Médicos e Odontologistas, que juntas contam com 117 sindicatos filiados, a CNTU cumpre o papel necessário de dar voz às ideias dos profissionais universitários, que somam 10 milhões de brasileiros.

 

Rita Casaro
www.cntu.org.br

 

 

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