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28/01/2016

Opinião - Um mundo melhor é possível

O Fórum Social Mundial Temático de 2016, realizado entre os dias 19 e 23 de janeiro último, na cidade de Porto Alegre (RS), como os anteriores, também apresentou as mais diversas correntes de pensamento e embates sobre os temas políticos, sociais e econômicos atuais. O evento atraiu pequena presença de políticos, mas grande participação de setores sociais excluídos e mais oprimidos, como os índios, negros e quilombolas. Como era de se esperar, a exemplo do que aconteceu nas edições anteriores, houve inexpressiva cobertura da imprensa brasileira, com o claro objetivo de ignorar o que estava acontecendo.


Foto: Arquivo pessoal
João Paulo Boaventura editada 
João Paulo Dutra (à esquerda) com o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos
- debatedor do FSM 2016, de Porto Alegre (leia matéria sobre ele aqui)


Entre os muitos assuntos abordados, destaco dois em especial: um surpreendente movimento separatista dos estados da Região Sul – que nos fez lembrar as cidades e estados da época grega –, reivindicando autonomia e independência com relação ao resto do País; e outro, que nos diz respeito mais de perto, que é a convergência sobre os direitos da população idosa. Nesse último painel, ressaltamos a presença de um representante de Portugal que relatou a assistência e o respeito aos idosos naquele país.

Outro fato marcante no mesmo debate foi o testemunho de Emerson Lemes. Ele mostrou, em sua palestra, que a Previdência Social do Brasil é superavitária, ao contrário do que se vive dizendo. Como especialista em cálculo atuarial, Lemes afirmou que o nosso sistema não dá prejuízo e tem créditos com o governo, pois, citando apenas os governos militares, lembrou que os recursos advindos da Previdência financiaram a construção da hidrelétrica binacional de Itaipu, a ponte Rio-Niterói (RJ) e a Rodovia Transamazônica (com 4.223 km de comprimento, ligando a cidade de Cabedelo, na Paraíba, a Lábrea, no Amazonas, cortando sete estados brasileiros: Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas).

Ainda no mesmo painel, dois representantes do Governo Federal falaram sobre futuras mudanças que deverão acontecer nas aposentadorias dos brasileiros, por estarmos nos transformando, nos próximos 20 anos, em um país de idosos.

Ressalto, ainda, que durante outras apresentações do FSM ficamos sabendo que apenas 1% da população do Planeta detém 99% dos recursos mundiais!

Saliento, finalmente, que a escultura da Deusa Têmis do Palácio da Justiça, na Praça da Matriz, está sem a venda e a balança, como lhe é característica. Esta maneira de representar a Justiça traduz uma visão premonitória. Sem venda pode-se ver melhor, fugindo da maneira míope de olhar, por exemplo, os direitos dos excluídos. Mais uma vez é Porto Alegre indicando o caminho.


Foto: Divulgação
Têmis POA 
Estátua da deusa Têmis no prédio do Palácio da Justiça de Porto Alegre
 

O fantástico desse encontro foi reviver e revirar todos os assuntos ocultos, fazendo-nos meditar e não esquecer, nem ignorar, nossas diversidades e sua importância.

Vamos aguardar 2017 com esperança e luta para mostrar que um mundo melhor é possível.


 

* por João Paulo Dutra, vice-presidente do SEESP







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