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30/09/2015

Opinião - Engenharia unida

É inegável que o Brasil atravessa uma crise. Alguns comentaristas, com exagero analítico, chegam a apontar uma lista de crises que se entrelaçam. Grande parte deles atribui essa situação ao esgotamento de um modelo, seja econômico, social ou político. Mas a realidade, que é forte, nos faz pensar que, muito menos devido a um esgotamento e muito mais a uma incompletude, o Brasil sofre sua crise.

Por que não crescemos a taxas razoáveis com estabilidade monetária e distribuição de renda? Por que não avançamos mais nas conquistas sociais que configurariam um “estado de bem-estar” persistente? Por que convivemos com uma carência de legitimidade política corroída incessantemente pela corrupção e por ímpetos revanchistas?

As respostas a essas perguntas nos fazem ver que a superação da crise pressupõe avançar ainda mais, enfrentando o rentismo, as desigualdades e os preconceitos, evitando assim o desmanche econômico, social e político.

Várias instituições e entidades de peso têm oferecido à sociedade propostas capazes de criar alternativas de curto, médio e longo prazos. Podemos citar, sem o cuidado da exaustão, desde a nota pública da FNE em defesa da engenharia brasileira e de seus profissionais (de 17 de junho) até os eventos mais recentes como a Agenda Brasil, do Senado Federal, o manifesto Fiesp/Firjan (setor industrial dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro), o chamado sindical paulista ao diálogo, a conclamação da CBIC/Sinduscon (envolvendo a área da construção civil), a manifestação dos metalúrgicos e da Abimaq (empresas de máquinas e equipamentos), o manifesto da Ordem dos Advogados do Brasil e das confederações patronais e o documento das entidades no Clube de Engenharia, do Rio de Janeiro.

Porém, levando-se em conta o peso e o papel da engenharia no contexto econômico e social, está por ser feito um movimento forte (e não apenas um manifesto) que expresse não só as angústias e necessidades desse campo, como também as alternativas que ele oferece a si e à sociedade.

Costuma-se dizer que crise é risco e oportunidade. Agora é a hora dos engenheiros e da engenharia na grande batalha pela produtividade e por um projeto para o Brasil.

Defendo que esse papel no campo da engenharia – ou seja, o papel de propor e de articular o movimento dos engenheiros e da engenharia, sem hegemonismo, mas criadora e unitariamente – cabe à Federação Nacional dos Engenheiros (FNE).

Cabe a ela devido à sua experiência recente e exitosa do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, de cuja continuidade um projeto “Engenharia Unida” deve ser a natural consequência, com o enfrentamento e superação da recessão e da crise.

Afastando-se do risco egoísta corporativo, que nos leva, às vezes, a vestir carapuças que não são para nossas cabeças, e afirmando a vontade dos profissionais, das entidades, das escolas e das empresas, a própria constituição do projeto “Engenharia Unida”, qualquer que seja a forma que ele adquira e quaisquer que sejam as peripécias em sua efetivação, deve oferecer desde já uma alternativa viável e factível à crise nacional e apontar os rumos do desenvolvimento econômico, do avanço social e da normalidade política.

 

* João Guilherme Vargas Netto é analista político e consultor sindical do SEESP

 

 

 

 

 

 

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