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26/11/2009

Viabilidade ambiental, mudanças climáticas e fitorremediação

 

        Palestras sobre esses temas abriram os trabalhos na terceira edição do EcoSP. Entre as conclusões, a de que é fundamental um projeto bem feito, que inclusive leve em conta previsões meteorológicas.
       Iniciando as plenárias do III EcoSP (Encontro de Meio Ambiente de São Paulo), na manhã desta quinta-feira (26), os palestrantes Antonio Carlos Rossin, da USP (Universidade de São Paulo), José Carlos de Figueiredo, do Ipmet (Instituto de Pesquisas Meteorológicas) da Unesp Bauru (Universidade Estadual Paulista), e Lourdes Cristina Pena Peloggia, da Quimbiol Serviços Ambientais, falaram sobre viabilidade ambiental em projetos, mudanças climáticas regionais e fitorremediação de solos e água.
       Rossin relatou a sua experiência na preparação de projetos. Conforme explicou, é preciso detalhar os objetivos por escrito, levando em conta três pontos fundamentais: recursos financeiros, tecnologia e legislações vigentes. “Se o projeto for bem planejado, a questão ambiental estará automaticamente integrada.”
       Para tanto, é necessário realizar o estudo de viabilidade ambiental que, se aplicado numa fase inicial, permitirá informar sobre a existência de eventuais limitações que poderão inviabilizar o projeto de modo a evitar futuros problemas de aprovação e licenciamento ambiental. “É preciso saber qual a finalidade do projeto, porque realizá-lo e o que deve ser produzido nele. Além disso, deve conter uma proposta para utilização de recursos, envolvendo planejamento, desenho, construção e manual de operação e manutenção de uma instalação ou estrutura, bem como previsões meteorológicas”, detalhou Rossin.
       Outro ponto fundamental é a participação comunitária porque cria responsabilidade política, racionaliza as controvérsias, permite transparência no processo de tomada de decisões, reduz equívocos, corrupção e incrementa a credibilidade institucional.


Foto: Beatriz Arruda
 


       Para finalizar, o professor da USP explicou a importância de avaliar ambientalmente os projetos, tanto por fatores éticos como para melhorar desenhos, diminuir os processos de correção e reparação, eliminar riscos, garantir maior equidade social e evitar custos desnecessários”, concluiu.
       Discorrendo sobre as mudanças climáticas regionais, Figueiredo ressaltou a importância da meteorologia nos projetos de engenharia, que muitas vezes dependem da previsão para executar uma obra. Ele falou também sobre o fenômeno das “ ilhas de calor”, que ficam concentradas em regiões densamente povoadas. “Muitos edifícios, vias pavimentadas e outras superfícies artificiais retêm calor e a chuva vai para os lugares mais quentes, enquanto em outras regiões menos povoadas, que precisam abastecer os reservatórios de água, não chove nada.”
       O pesquisador do Ipmet explicou ainda como funciona um radar meteorológico, fez um panorama dos últimos dez anos das tempestades no Interior paulista e enumerou os locais onde aconteceram os tornados em São Paulo. Além disso, Figueiredo alertou sobre os empreendimentos sem planejamento. “Os engenheiros sempre pediam laudo meteorológico e esses pedidos estão caindo muito. Todos precisam da meteorologia, como ciência será a ferramenta fundamental da atualidade para evitar que a natureza seja afetada.”
       A engenheira da Quimbiol iniciou sua apresentação falando sobre os conceitos de biorremediação e fitorremediação. Conforme explicou, a primeira consiste na utilização de seres vivos ou seus componentes na recuperação de áreas contaminadas. Já a segunda pode ser definida como o uso de vegetação para o tratamento do solo e da água. “É uma técnica antiga com conceitos novos.”
        Peloggia ressaltou o grande desafio de implantar projetos acessíveis financeiramente para que as empresas tenham condições de enfrentar os problemas ambientais de solo e água.
        Segundo ela, existem vários tipos de biorremediação – passiva, bioestimulada, bioventilação, bioaumentação e compostagem. Entretanto, nem todos os contaminantes são facilmente tratados por essa técnica. Os metais pesados como cádmio e chumbo não são absorvidos nem capturados prontamente pelos micro-organismos, porém podem ser transformados em compostos menos perigosos.
       Encerrando sua palestra, Peloggia enumerou os passos importantes para elaboração de um projeto. “É necessário verificar o meio com relação à porcentagem de nutrientes, ph e temperatura, escolher a planta para descontaminação e mecanismo ideal de fitorremediação. Depois disso, temos a obrigação de fazer a lei acontecer e tornar viável a implantação desses projetos.”

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