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04/11/2010

Propostas para o Brasil

        Com a idéia de conquistar uma plataforma comum em favor do País, os profissionais liberais de nível superior apresentaram aos candidatos aos cargos Legislativos e Executivos nas eleições deste ano uma série de propostas. Findo o pleito, o desafio será se mobilizar pela sua implementação. O que deve ser feito de forma unitária juntamente com os trabalhadores em geral, os quais apontaram eixos centrais a um país inclusivo e soberano durante a Conferência da Classe Trabalhadora, realizada em 1º de junho último, em São Paulo. O documento – elaborado pela CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados) – endossa-os e serve de ponte entre as camadas médias e esse conjunto. Quem destaca é Allen Habert, diretor de articulação nacional dessa entidade. A iniciativa pioneira vai ao encontro também do que propugna o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” – lançado em 2006 pela FNE, filiada à confederação, e atualizado no ano passado.
        Intitulado “Manifesto aos candidatos nas eleições de 2010” e disponível no site www.cntu.org.br, abrange 12 metas a serem conquistadas. No elenco, prioridades à ação do próximo governo rumo a um Brasil mais justo em 2022 – quando se celebrará o bicentenário de sua Independência. São elas: desenvolvimento sustentável para gerar melhores empregos, oportunidades e renda; economia criativa e intensiva em conhecimento de modo a agregar mais valor à produção social e criar empregos mais valorizados e bem remunerados; exploração sustentável das riquezas naturais e proteção e preservação da biodiversidade e dos ecossistemas no território nacional; repartição mais equitativa da terra, prioridade para a agricultura familiar e ecológica e soberania alimentar; qualificação e requalificação profissional; valorização do trabalho, do emprego e da capacidade empreendedora; desenvolvimento e justa distribuição da infraestrutura produtiva e social (especialmente nos setores de transporte, habitação, saneamento básico, agricultura e segurança alimentar, educação, saúde e cultura); promoção da ciência, tecnologia e inovação, sobretudo em áreas e projetos em que se possa dar relevantes contribuições ao desenvolvimento humano e social nacional e global; melhor gestão, atendimento e respeito aos direitos dos cidadãos nos serviços públicos; distribuição justa da carga tributária e maior retorno dos recursos fiscais à população; melhor sistema de aposentadoria para todos; e respeito às diferenças, inclusive culturais e dos modos de existência, e promoção da saúde através de melhor qualidade de vida, do lazer, da valorização do pensamento livre e da capacidade criativa.

Aprofundar conquistas
       Dando voz a 10 milhões de cidadãos portadores de diplomas universitários, na ótica de Habert, o manifesto “é uma expressão apartidária importante, positiva e muito atualizada do que precisa ser feito no Brasil a partir dessas eleições”. Para ele, o desafio colocado é aprofundar as conquistas socioeconômicas. “Findamos em outubro um ciclo que começou com a Revolução de 1930, saindo da 30ª posição na economia mundial à época para a oitava. Esse foi o período mais importante de formação desta nação. O Estado, que antes visava atender uma elite, agora deve servir horizontalmente à grande maioria da população”, contextualiza o diretor da CNTU, para quem esses 80 anos abrem um rol de necessidades ao País, que “vai se tornar uma das cinco potências mundiais e vem conquistando nos últimos anos o desenvolvimento, com lenta, mas importante distribuição de renda”.
        Nesse panorama, inserem-se as novas demandas para os próximos anos. “O manifesto as aponta e visa transformá-las em ação”. Com isso, busca, ainda conforme Habert, enraizar a democracia socioeconômica, que viria a se somar à política, já consolidada tanto no Brasil quanto na América do Sul como um todo. “As seis categorias representadas pela CNTU – economistas, engenheiros, farmacêuticos, médicos, nutricionistas e odontologistas –, congregando 150 entidades sindicais, acreditam que há interesse de parte significativa dos profissionais liberais universitários de serem protagonistas nessa construção”, enfatiza ele.
        O desafio não é pequeno, diante da conjuntura atual, em que ainda grande parte da riqueza está concentrada nas mãos de poucos – apesar da expansão nos investimentos, empregos e massa salarial experimentada nos últimos anos. São, como consta do documento, menos de 30 mil famílias privilegiadas pelo rentismo. O texto dá conta de que somente em 2009, mesmo depois de melhorado o perfil e escalonamento da dívida pública, R$ 380 bilhões serviram ao pagamento de juros e amortizações dessa. “Isso representou 36% do orçamento da União, do qual foram destinados menos de 3% para a educação e 5% para a saúde. [...] Devemos inverter essa lógica, fazendo frente à maior dívida que temos, que é social”, conclui . A resposta acerca de como promover a mudança é dada no próprio manifesto: “Com inteligência, trabalho valorizado, investimento e participação, superaremos as mazelas herdadas em que pesam negativamente a pobreza, a exclusão social e a economia excessivamente dependente do mercado externo e da exploração predatória dos recursos naturais.”

 

Soraya Misleh, Jornal Engenheiro, FNE
www.cntu.org.br

 

 

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