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20/02/2015

Engenheiro fala sobre logística e dos portos do Norte e Nordeste

Casali dentroO presidente do Comitê de Logística da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), o engenheiro civil Renato Casali Pavan, nesta entrevista, traça um panorama logístico do País, destacando os pontos positivos e negativos da atual infraestrutura logística nacional. Com 35 anos de experiência em projetos de infraestrutura de transporte de carga, Pavan acredita que o País caminha para uma nova configuração portuária com destaque para os portos das regiões Norte e Nordeste e o limite da saturação do acesso rodoviário e ferroviário aos complexos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR).

Quais os pontos favoráveis e negativos da nossa logística?
Renato Casali Pavan –
A logística atual se recente da falta da armazenagem na propriedade, que é a peça do sistema mais importante, porque ela é que regula a demanda. No Brasil, temos apenas 15% da produção armazenada na fazenda quando necessitamos de, no mínimo, 65%. A falta dela cria a falsa impressão que as nossas estradas, portos e ferrovias estão subdimensionados, o que não é correto. O que verdadeiramente ocorre é que se libera para o transporte produto sem menor critério. Parte da solução de curto prazo já foi resolvida com o agendamento da chegada dos caminhões para entrar nos Portos, principalmente do de Santos e Paranaguá.

E os positivos?
Pavan –
Já o aspecto favorável é que já está funcionando em parte a saída norte BR 163-Miritituba onde o grão é transferido para barbaças até o Porto de Vila do Conde por onde deve passar 50% da exportação do Mato Grosso. Além disso, começou a operar o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) do Porto de Itaqui, que exportará a produção da região do Matopiba. Em Itacoatiara [na região amazônica] o grupo Maggi está dobrando a sua capacidade, chegando perto de cinco milhões de toneladas/ano exportando a produção do oeste do Mato Grosso, o mesmo ocorrendo com a Cargill, em Santarém (PA). A nossa consultoria levantou que a partir [do ano] de 2022 a saída norte será responsável por 50% da exportação. Assim os portos do sul e sudeste vão operar apenas a produção da sua área de abrangência.


Foto: Site do Porto do Itaqui
Itaqui porto 
Pavan destaca porto maranhense como uma boa promessa para a logística nacional 


Como estão os portos nacionais?
Pavan –
O problema brasileiro dos portos não é só do agronegócio, é de toda a economia brasileira, porque a quase totalidade dos portos brasileiros foi construída ao longo de mais de 500 anos sem sair do mesmo lugar. Eles foram crescendo sem planejamento e com “puxadinhos”, diferentemente do que está ocorrendo com a China, Índia e outros países que estão construindo portos em águas profundas, onde os navios de maior capacidade reduzem substancialmente o custo do transporte transoceânico. Ou seja, temos portos, mas não competitivos. No Norte temos o Porto Vila do Conde de águas profundas, assim como Itaqui. O setor de contêiner conta com novos terminais modernos, mas sofrem com os problemas do porto, dragagem, e acesso. Além disso, o acesso ferroviário e rodoviário de Santos e Paranaguá está no limite da saturação.



Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP










 

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