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25/11/2016

Um pacto nacional pela retomada do crescimento

“Engenharia Unida.” O chamado a esse movimento, feito pela FNE, tem ecoado em todo o Brasil. Profissionais de norte a sul do País estão presentes em Barra Bonita (SP) e demonstram o acerto da iniciativa, lançada pela federação em março último. Na noita de quinta-feira (24/11), cerca de mil abrilhantaram a abertura do evento que discutirá “Engenharia Unida – Mobilização pela retomada do crescimento e valorização profissional”, no auditório do Hotel Estância Barra Bonita, e segue até sábado (26).


Foto: Beatriz Arruda/FNE
Abertura p site 2Mesa de abertura do evento, na noite desta quinta-feira (24/11), em Barra Bonita.

 
Entre eles, além dos dirigentes dos 18 Sindicatos dos Engenheiros (Senges) filiados à FNE, representantes de câmaras e entidades municipais, do Sistema Confea/Creas, da academia, do patronato e de associações de classe, bem como estudantes. O secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Arnaldo Jardim, compareceu em nome do governador Geraldo Alckmin. Também prestigiou a atividade o secretário nacional da Aviação Civil, Dario Rais Lopes, e o prefeito eleito de Barra Bonita, Zequinha Rici. Todos os três engenheiros.

“Proximidade, motivação e boas intenções. Esse é o espírito desse encontro.” Com essas palavras, Murilo Pinheiro, presidente da FNE, saudou os participantes. Na preleção inaugural, ele destacou: “É uma honra ver que a Engenharia Unida conseguiu mobilizar tantas importantes autoridades e lideranças. O objetivo primordial de nosso encontro é de forma democrática, séria, responsável, debatermos os temas e apontarmos soluções possíveis para saída de uma das piores crises que já vimos em nosso país, que trouxe 12 milhões de desempregados.

” Pinheiro citou os ataques que têm sido recorrentes a empresas nacionais e ao Estado, com desqualificação não só de políticos, mas também de profissionais, e frisou: “Não podemos nos calar. Temos que nos unir para lutar fielmente na defesa dos nossos recursos, como o pré-sal,as reservas hídricas, a Amazônia. Precisamos posicionar as entidades e os trabalhadores na proteção e incentivo ao sistema produtivo, não podendo nos render ao setor financeiro. A agronomia de ponta desenvolvida por nossos técnicos tem sustentado nosso Brasil em momentos complicados e nos apresentado ao mundo por nossa inteligência e inovação tecnológica. Sabemos que os engenheiros e profissionais da área tecnológica têm um papel fundamental, juntamente com os governantes, empresários, instituições de ensino, jovens estudantes: ser os agentes transformadores para as mudanças necessáriasàvolta do crescimento e desenvolvimento.”

Em defesa da profissão e para fazer frente aos ataques, como os representados pela Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, - que congela as chamadas despesas primárias, como investimentos e gastos sociais por 20 anos -, e as reformas trabalhista, sindical e previdenciária, o presidente da FNE informou que a categoria tem agora um espaço para amplificar sua voz junto ao Congresso Nacional: a Frente Parlamentar da Engenharia, Infraestrutura e Desenvolvimento Nacional, lançada na última quarta-feira (23), em Brasília (DF).

“Tivemos a oportunidade de estar presentes. Iniciativa do deputado federal Ronaldo Lessa, engenheiro, em parceria com a FNE e o Sistema Confea/Creas, e reunindo diversas entidades, a vontade política demonstrada nas falas dos parlamentares na ocasião nos faz acreditar que haverá importantes avanços para a área tecnológica, o que certamente resultará em conquistas para toda a sociedade brasileira, em busca de saídas da brutal recessão que nos assola.” E conclamou a todos a um pacto nacional. “A Engenharia Unida com certeza vai ao encontro dessa proposta.”

Entre as realizações da FNE e seus sindicatos filiados que revelam o caminho trilhado em busca não somente da defesa dos profissionais, mas do desenvolvimento sustentável nacional, Pinheiro citou o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, as negociações coletivas em todo o País, as lutas para assegurar o salário mínimo profissional e ampliá-lo aos funcionários públicos, a defesa da carreira de Estado do engenheiro, o acompanhamento de projetos de lei de interesse da categoria, a participação em conselhos e audiências públicas.

Enfatizou ainda a criação do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), “um sonho de contribuir para a educação de qualidade, com o primeiro curso de Engenharia de Inovação do Brasil e a primeira instituição de ensino criada e mantida integralmente por uma entidade sindical”. E completou: “O Isitec representa a garra e a força da FNE e do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo, em não desistir diante dos maiores desafios que podem se apresentar.” Assim, concluiu: “Ao trazer os especialistas que nos brindarão com suas palestras e os comentadores que apresentarão os pontos de vista a partir das entidades que representam, acreditamos que teremos um debate muito rico, finalizando com a Carta de Barra Bonita, que apontará os rumos que a engenharia nacional enxerga para a retomada, em tempo mais breve possível, do crescimento do Brasil. Estamos juntos por um País melhor.”

João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical e político da FNE, homenageou o engenheiro Roberto Simonsen, idealizador da Rede de Representações de Engenheiros na primeira metade do século XX, como referência ao que propugna a Engenharia Unida. Lembrou, assim, frases célebres dele, ditas respectivamente em 1939 e em 1942, que permanecem atuais: “Insistimos, dizia ele, a atividade da grande engenharia está visceralmente condicionada ao ambiente econômico e a função primordial dos engenheiros é propiciar maior conforto ao meio social. (...).” E ainda: “Jamais foi o engenheiro tão necessário ao País e jamais teve tanta oportunidade de contribuir tão eficazmente ao seu engrandecimento. Pudesse eu ser ouvido por todas as classes sociais, faria tudo ao meu alcance para que se consolidasse a verdadeira compreensão deste momento. Essa consciência é necessária ao sadio espírito de cooperação para que se afastem as lutas externas e os objetivos secundários. (...).”

José Tadeu da Silva, presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), salientou que a abertura do encontro “mostra a inserção profissional da engenharia também na política. Quando fazemos a leitura principalmente das grandes nações, vemos que saíram inclusive de guerras e se reergueram, hoje ocupando liderança, através da engenharia. São esses os profissionais que fazem com que qualquer país se desenvolva. No Brasil, que nunca na história passou por uma recessão tão forte, vamos virar o jogo.”

Dario Rais apontou desafios que estão colocados nesse sentido: seguir garantindo prazo nas obras, sem perda de qualidade; resgatar o conceito da engenharia como formuladora de soluções de problemas; e formar profissionais que, além de técnicos, sejam empreendedores.

Já Arnaldo Jardim resumiu sua percepção da abertura do encontro, à qual apresentará ao governador de São Paulo: “Aqui está nossa Engenharia Unida, não como intenção, mas como ação concreta, em um momento estratégico ao País, que pelas circunstâncias e fatos, nos coloca a tarefa de reconstruir a economia, as instituições, as referências e valores, bem como de reescrever parte do pacto social.” Ele finalizou: “A Engenharia Unida é o fermento auxiliar, impulsionador de um acordo mínimo para a construção de um projeto nacional rumo à retomada do crescimento e garantia do amadurecimento de nossa sociedade, sob a liderança de Murilo Pinheiro. Esse me representa.”

Também saudaram o evento e manifestaram a intenção de colaborar e formar a coalizão proposta pela FNE o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-SP), Vinícius Marchese Marinelli; Paulo Guimarães, presidente da Mútua Nacional – Caixa de Assistência dos Profissionais; Modesto Ferreira dos Santos Filho, coordenador do Colégio de Presidentes do Sistema Confea/Creas; Fernando Jardim Mentone, vice-presidente de relações trabalhistas do Sindicato das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco-SP); Jorge Luiz Alcalde, diretor regional da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp); Antonio Bestana Neto, secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento de Barra Bonita, representando o prefeito Glauber Guilherme; os vereadores Eliseu Gabriel (São Paulo), Elias Chediek (presidente da Câmara Municipal de Araraquara), Edson Shimabukuro (Campo Grande), Luiz Antonio Moreira Salata (presidente da Câmara Municipal de Olímpia); José Roberto Cardoso, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP); Saulo Krichanã Rodrigues, diretor do Isitec; Antonio Octaviano, ex-presidente da FNE; e Marcellie Dessimoni, coordenadora do Núcleo Jovem Engenheiro da federação.


Soraya Misleh
Comunicação SEESP




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