Opinião

Desejo objetivo

João Guilherme Vargas Netto

 

Com o esquálido crescimento de 0,5% no segundo trimestre, a economia brasileira continua a se arrastar atrás de um imenso pelotão de países que se expandem a taxas bem mais elevadas. O susto – acontecido no meio da campanha eleitoral – reforça a necessidade, afirmada por todos, de crescermos mais, sem os freios do rentismo de juros altos. Começa a se formar um consenso forte na sociedade, vocalizado pelos candidatos e pelos economistas, mas também pelo movimento sindical dos trabalhadores e pelos empresários, da necessidade de crescimento econômico continuado com distribuição de renda.

E como os problemas são objetivos e a solução pelo e para o crescimento aponta coerentemente na mesma direção, ao consenso de idéias começa a se juntar um outro, aquele em torno de propostas exeqüíveis e até mesmo a coincidência dos valores e taxas estimadas para o crescimento.
Ao longo das discussões do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, foi ficando claro que, além da intenção, era possível avançar alguns números que quantificassem as propostas; chegou-se, por exemplo, a um crescimento desejado de 6% ao ano e a elevação do nível de investimentos (estatais e privados) para 25% do PIB (Produto Interno Bruto).

Para a demonstração da justeza dessas propostas, constatamos a espetacular coincidência com outras propostas elaboradas de maneira independente por inúmeros organismos ou personalidades; citamos os números do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, as sugestões do PSB para o programa de governo de Lula e as propostas do candidato a vice-presidente na chapa do PSOL, César Benjamin.

Hoje pode-se dizer com segurança que, mais que um acordo de vontades, há um desejo objetivo coincidente pelos números.

 

João Guilherme Vargas Netto
É consultor sindical do SEESP

 

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