Giro paulista

Condomínios de Arujá aguardam saneamento

Lourdes Silva

 

Uma rede pública coletora de esgotos nos condomínios horizontais na cidade de Arujá, localizada a 37 quilômetros da Capital do Estado, é a reivindicação dos moradores do município, que começa a ser atendida, embora ainda haja controvérsias quanto à melhor saída para o problema.

Já foram elaborados os projetos executivos para implantação dessa infra-estrutura nos condomínios Arujazinho I, II, III, IV, Arujá 5 e Arujá Country Club, sem nenhum custo aos moradores, informou César Lima de Paula, gerente de Divisão de Operação de Esgotos da Unidade de Negócio Leste da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e diretor do SEESP. Contudo, informa ele, antes de viabilizar as contratações das obras dessa rede, é preciso construir o ITI-15 – um interceptor de esgoto – para transportar o material captado possivelmente à ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) de São Miguel Paulista, que integra o Projeto Tietê.

Enquanto isso não acontece, os condôminos continuarão a usar alternativas individuais, que são as fossas. Embora, segundo Lima, essas funcionem de acordo com os padrões ambientais de salubridade, não são a melhor solução, aponta João Ferreira, do Departamento de Planejamento da mesma unidade da Sabesp. Com a rede instalada e o sistema de coleta de esgoto funcionando, cessará a poluição do subsolo, do lençol freático e dos rios, beneficiando a população não só dos condomínios, mas também do Jardim Fazenda Rincão, Bairro do Limoeiro, Jardim Nossa Senhora do Carmo e Vila Pedroso.

Como meio de baixar custos do projeto de implantação da rede, o prefeito de Arujá, Genésio Severino da Silva (PMDB), havia proposto a construção de uma estação elevatória, em área desapropriada pelo município no Bairro da Vila Pedroso, para bombear o esgoto da rede coletora à ETE de Arujá, já existente, ao invés de endereçar a São Miguel Paulista. Lima argumenta, no entanto, que isso não é viável, tendo em vista que a estação local terá sua capacidade máxima usada com a chegada da rede de esgotos do Parque Rodrigo Barreto, atualmente em obras. “Mesmo que tenha que ampliar a ETE de Arujá, sai mais barato do que levar para São Miguel Paulista”, rebate o prefeito.

 

Negociação
Para o diretor do SEESP e morador de Arujá, Gley Rosa, é preciso que a Prefeitura e a Sabesp prossigam com a articulação iniciada no mês de março. Ele intermediou a primeira reunião de trabalho entre a vereadora Ana Cristina Poli (PL), realizada na Salacc (Sociedade Amigos do Loteamento Arujá Country Club), que obteve apoio de Ricardo Moscovich, presidente da Aconda (Associação dos Condomínios Horizontais de Arujá) e da Prefeitura da cidade. “Isso foi fundamental para atingir o patamar de negociação alcançado entre os interessados, inclusive propiciando que a Sabesp fizesse os projetos. Agora, é preciso consolidar a parceria”, defendeu. A vereadora Poli, que vem participando das discussões, lembrou que a implantação desse serviço essencial contribuirá para melhorar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

 

A cidade em números

Área total* 97,7km2
População ** 73.101
Orçamento (2005)* R$ 56 milhões
Mortalidade infantil
(por mil/ 2004)**
15,60
Analfabetismo
(acima de 15 anos/ 2000)**
7,87%
Saneamento básico (2005)*** 100% de abastecimento de água; 21% de esgoto coletado, dos quais 97% são tratados
Renda per capita (2000)**

R$ 337,55

Fontes
* Prefeitura Municipal de Arujá
** Fundação Seade
(Sistema Estadual de Análise de Dados)
*** Departamento de Planejamento da Sabesp

 

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