Eleições

Candidatos ao Crea-SP e Confea propõem parceria pela mudança

 

No dia 9 de novembro, os profissionais da área tecnológica, em todo o País, poderão eleger os novos presidentes dos Creas e Confea. Em São Paulo, de um total de 235 mil profissionais com registro ativo no conselho, sendo 78% deles engenheiros, os que se encontram em dia com o Sistema terão a oportunidade de ir às urnas e votar em propostas que sintetizem suas aspirações em relação a esses órgãos.

Candidaturas de oposição respectivamente ao conselho federal e ao paulista, os engenheiros Ivo Mendes Lima e Flávio José Albergaria de Oliveira Brízida têm o apoio do SEESP e FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e defendem bandeiras historicamente levantadas por essas entidades. Assim, prometem mudanças no Sistema, para torná-lo transparente, ágil e democrático. Em entrevista ao Jornal do Engenheiro, falam sobre seus planos, a importância das parcerias entre as instituições para melhor eficácia na gestão e se mostram otimistas quanto à vitória nesse pleito.

 

Flávio Brízida: alterar prioridades

Por que a sua candidatura ao Crea-SP?

 

Minha candidatura vem ao encontro da necessidade de mudanças no Crea. E o que temos visto é que não está se tentando transformar o Sistema. Há anos se fala da necessidade de mudança na Lei 5.194, que regulamenta a profissão do técnico no Brasil, mas nenhuma tentativa foi feita nesse sentido, e nós vamos fazê-lo. O sombreamento das profissões chegou a um ponto insustentável. É necessário mexer na carne do Sistema. E a nossa candidatura está calcada na leitura de muitos profissionais que compõem a base do SEESP, de que carecem de melhor agilidade nos conselhos. Evidentemente, muitas das nossas propostas de trabalho batem na área federal. Precisamos tê-la como parceira para implementar essa mudança. Por isso, acredito na candidatura Ivo Mendes, falaríamos a mesma linguagem.

 

O que precisa ser feito no conselho paulista?

Todo o esforço orçamentário tem que ser priorizado para as discussões técnicas, às câmaras diversas, incluindo a de Engenharia de Segurança, que quero revitalizar. Em uma instituição com a arrecadação que tem o Crea-SP (cerca de R$ 65 milhões, segundo informação oficial), é inadmissível faltar dinheiro para a atividade principal. Temos que ter recursos para as câmaras e para manter nossos fiscais na rua.

 

E com relação a recursos para as inspetorias?

É minha segunda prioridade. São cerca de 180 inspetorias, a maioria ativa. Elas têm recursos, mas não suficientes para fazer um bom trabalho.

 

Então existe um problema na distribuição das verbas?

Com certeza. Nossos companheiros que militam no Crea têm se debruçado muitas horas sobre a peça orçamentária do conselho e temos feito denúncias sobre essa má prioridade no Crea. É muito dinheiro gasto em publicidade, viagens e isso nao é fundamental.

 

Qual a sua expectativa em relação à disputa?

Acredito muito na força da nossa instituição, o SEESP, e do nosso discurso, da nossa plataforma.

 

Ivo Mendes: tornar o conselho presente

Por que a sua candidatura ao Confea?

Se levarmos em consideração que o Confea tem muito mais dinheiro que outras entidades (o orçamento total do Sistema é de cerca de R$ 500 milhões, sendo em torno de 10% a esse órgão), percebemos que sua atuação é praticamente nula. A nossa candidatura nasce como uma proposta de mudança, para que o conselho esteja presente, cuidando das nossas profissões, voltando-se à sua atividade-fim, adequando-se à realidade. Aspecto muito importante também é que o Confea respeite as entidades de classe e as fortaleça.

 

Como é hoje o relacionamento do Confea com as entidades e como deve ficar se o senhor for eleito?

Acho que esse relacionamento hoje não é bom. De acordo com nossa proposta, cada entidade terá nessa parceria institucional clareza sobre o que o Confea deseja dela e qual é seu compromisso, em favor dos profissionais. Isso vale também para os Creas, com os quais teremos uma relação estratégica, com respeito a sua autonomia. A idéia é desenvolver um programa voltado àqueles cujas receitas são menores, para que possam cumprir sobretudo o seu papel principal, que é a fiscalização do exercício profissional, com qualidade. O atendimento aos conselhos regionais será público, transparente, institucional, aprovado por todos. Não a quatro paredes.

 

O que precisa ser feito no Sistema é então desburocratizar, dar maior transparência?

Isso. E o Confea precisa cumprir o seu papel, que é fiscalizar o exercício profissional. Vou dar um exemplo: com as privatizações e concessões, chegaram inúmeros profissionais ao Brasil e o Confea fechou os olhos para isso. Ninguém é contra a vinda de estrangeiros, desde que se submetam aos mesmos trâmites que os brasileiros em qualquer outro país do mundo.

 

Quais as suas expectativas com relação à disputa?

Acredito que temos condições de fazer essas mudanças. E a conscientização dos profissionais quanto a isso vai se traduzir em voto e na nossa vitória.

 

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