Comemoração

SEESP: 71 anos e muitos planos pela frente

Lourdes Silva

 

“Cheio de energia e com muitos projetos, o sindicato chega ao seu septuagésimo primeiro aniversário com disposição de seguir lutando pelos legítimos interesses da categoria e pela construção de um País justo e soberano.” Com essas palavras, o presidente da entidade, Murilo Celso de Campos Pinheiro, abriu a comemoração dos 71 anos do SEESP, completados em 21 de setembro e comemorados no dia 30 do mesmo mês em sua sede, na Capital.

À platéia composta por engenheiros, autoridades, representantes de empresas, do mundo acadêmico e do poder público, ele reafirmou a defesa dessas bandeiras e o permanente empenho pelo aprimoramento da ação sindical e do atendimento ao associado.

Campos ressaltou ainda o pluralismo político e o compromisso com a ética que marcaram a história do SEESP e mais uma vez se mostram presentes na atual crise enfrentada pelo País. “Por um lado, tem aberto suas portas ao debate político e sido palco de inúmeras discussões sobre o enfrentamento da crise. Por outro, tem cobrado a apuração dos desmandos e punição dos responsáveis.”

 

Reconhecimento
A trajetória foi confirmada pelo testemunho de Cristiano Kok, presidente da Engevix que negocia com o SEESP desde o início dos anos 80. “Além disso, sempre estivemos juntos nas lutas em defesa da engenharia”, afirmou. Contudo, Roberto José Falcão Bauer, representando João Cláudio Robusti, presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), também destacou a ação conjunta, para além das questões trabalhistas. “Temos batalhado nas causas comuns e essenciais visando o desenvolvimento e a tecnologia necessários no Brasil.” O diretor da Escola Politécnica da USP, Vahan Agopyan, lembrou o papel do sindicato na valorização da profissão. “Temos que defender a engenharia nacional e o desenvolvimento do Brasil, a exemplo do SEESP”, afirmou.

O deputado estadual Arnaldo Jardim (PPS) lembrou da contribuição dessa entidade na elaboração do projeto de lei de sua autoria que originou a Lei 8.029/92, instituindo o Programa Permanente de Desenvolvimento Profissional e Reciclagem Tecnológica. Iniciativas como essa, destacou ele, fazem-se prementes, especialmente com o processo de integração e globalização que certamente afeta os engenheiros e a produção nacional.

“O pluralismo, a democracia, a firmeza e a convicção de rumo são marcas desse sindicato que deve servir de bússola e orientação para todos”, enfatizou o deputado estadual Nivaldo Santana (PCdoB). Para ele, o SEESP é um “exemplo ao movimento sindical, sua contribuição ficará marcada na luta pelo fortalecimento da democracia”. O vereador Paulo Teixeira (PT) ressaltou a importância da engenharia brasileira, que deixou um legado ao País em todas as áreas. Nesse contexto, instou a entidade a “aumentar sua voz em favor do crescimento”.

Participaram ainda da solenidade em comemoração ao aniversário do SEESP o diretor do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), Carlos de Freitas Nieuwenhoff, o deputado estadual João Caramez (PSDB), o deputado federal Jamil Murad (PCdoB) e o secretário municipal de Educação, José Aristodemo Pinotti.

 

Sete décadas de história e luta

O SEESP foi fundado em 21 de setembro de 1934. Contudo, foi a partir dos anos 80, com o Movimento de Renovação, que a entidade passou a atuar mais firmemente em defesa da categoria. Iniciaram-se, então, as negociações coletivas visando acordos e convenções de trabalho para garantir direitos e conquistas aos engenheiros. Datam de 1981 os primeiros, celebrados com o setor da consultoria e com a Cesp. Hoje são firmados com dezenas de empresas públicas e privadas e sindicatos patronais, abrangendo cerca de 100 mil profissionais no Estado. Além de benefícios econômicos como reajustes, aumentos reais e Participação nos Lucros e Resultados, tais normas vêm também privilegiando cláusulas referentes à reciclagem tecnológica, ao reconhecimento e à valorização do profissional.

Ao longo desses 71 anos, o SEESP cresceu em número de associados – hoje já são cerca de 39 mil filiados – e em sua estrutura ao redor do Estado, estando instalado, além da sede na Capital, em 25 delegacias sindicais. Também dedicou especial atenção ao desenvolvimento de um programa de benefícios aos associados que hoje incluem o Plano de Saúde do Engenheiro, o SEESPPrev, fundo de pensão da categoria, assessorias jurídica e à aposentadoria e inúmeros convênios de comércio e prestação de serviços.

O sindicato tem também atuado nos debates nacionais por um projeto de desenvolvimento e sido participante ativo da luta pelo fortalecimento da democracia. Nos anos 80, batalhou pelas eleições diretas, contra a recessão e pelo avanço na área de Ciência e Tecnologia, que culminou com a inclusão dos artigos 218 e 219 na Constituição Federal. Na década de 90, engrossou o movimento pela ética na política, contra a privatização e o desmantelamento da infra-estrutura nacional.

Hoje, está mobilizado contra a venda da Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista) e defende a retomada do crescimento com inclusão social no País. Tem promovido o debate e proposto soluções às áreas de habitação, transporte, saneamento e meio ambiente. Por isso, desde 2003 engaja-se no processo das Conferências das Cidades.

 

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