Eleições 2004

Serra promete participação e planejamento

Lourdes Silva

 

O ex-ministro da Saúde e candidato à Prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB), encerrou no dia 13 de setembro o ciclo de palestras “A engenharia e a cidade”, na Capital. Promovido pelo SEESP, teve o objetivo de possibilitar à categoria conhecer as propostas para solucionar os problemas em diversos municípios do Estado (leia quadro). Para tanto, nessas localidades foram convidados os que disputam o Executivo. Na conversa com os engenheiros, Serra afirmou que sua gestão, em caso de vitória, terá base no planejamento e na participação. Com esse objetivo, uma idéia é instituir a Secretaria Municipal de Voluntariado para articular o envolvimento das pessoas interessadas. Outra preocupação será “administrar olhando a cidade e todo seu entorno”. Uma promessa nesse sentido é a integração dos transportes na Região Metropolitana de São Paulo, a cargo da Direção Metropolitana de Transporte que tenha autonomia em relação a São Paulo e aos municípios vizinhos e também ao Governo do Estado. “Não será feito da noite para o dia, mas tem que começar”, ponderou. Dessa forma, defendeu a expansão do bilhete único, adotado pela atual Prefeitura, para Metrô, CPTM e ônibus intermunicipais.

 

Organizar o trânsito – A solução definitiva à crise de mobilidade na Capital, segundo Serra, está na expansão do Metrô, sistema de alta capacidade, assim como os trens de superfície. Em curto prazo, defendeu ele, “é fazer os semáforos funcionarem”. “Esse é um fator que atrapalha o trânsito, que não tem disciplina. Também é necessária uma política em relação a estacionamentos e a transporte de carga”, salientou. Outra proposta é participar ativamente das obras do Rodoanel, nos trechos onde é possível fazer operações urbanas, inclusive naquele que vai se comunicar com o Litoral pela Zona Leste.

Para a área de saneamento, afirmou ser contra a proposta de municipalização da Sabesp. “Seria dividir todos os serviços e ninguém tratará do esgoto, só da distribuição de água.”. Em vez disso, propõe “uma maior participação da Prefeitura na companhia estadual”. Quer também fortalecer companhias como a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a Empresa Municipal de Urbanização e outros órgãos da Prefeitura. “Estão sendo sucateadas, isso significa a diminuição da qualidade do serviço público e como contrapartida o empreguismo, porque são contratados assessores para substituir funcionários de carreira”, criticou.

Aos engenheiros, a promessa é devolver a prerrogativa, “que tem sido perdida nos últimos anos”, de ocupar cargos técnicos. “São nossos parceiros, temos que fortalecer essa classe, pois precisamos dela para administrar a cidade.”

 
Os debates no Interior

“A engenharia e a cidade” aconteceu também em diversos municípios, além da Capital. Em Araçatuba, os postulantes Clarice Andorfato (PDT), Edna Flor (PT), Jorge Maluly Netto (PFL) e Joaquim de Paula (PSDC) assinaram os compromissos assumidos para o sistema viário, administração pública, turismo, cultura, desenvolvimento e questões de interesse dos engenheiros. O evento abriu a discussão sobre a necessidade de uma visão planejada sobre o crescimento da cidade. “Isso pode ser alcançado por meio de programas e projeções baseados em pesquisas e estudos de engenharia”, disse José Maria Morandini Paoliello, presidente da delegacia sindical. A organização foi do SEESP, em parceria com a Associação dos Engenheiros e Arquitetos da Alta Noroeste e apoio da Inspetoria Executiva de Araçatuba do Crea.

Na cidade de Lins, os candidatos Américo Tabian (PT), Waldemar Sandoli Casadei (PMDB) e Fátima Pires (PSDB) expuseram suas idéias e responderam às perguntas sobre temas diversos. À área do meio ambiente, o destaque foi a renovação do contrato com a Sabesp, que vence em 2005. Segundo Milson César Pagliarini, presidente da delegacia, todos reconhecem a excelência dos serviços prestados pela companhia e que a cidade não tem como assumi-los, “até porque a não-renovação do contrato implicaria o ressarcimento dos investimentos feitos pela empresa”.
Em Marília, Domingo Alcalde (PRTP) foi um dos candidatos a propor soluções à cidade, tais como um programa de moradia econômica, apoio às pequenas empresas e criação da Secretaria de Segurança Municipal. Alonso Bezerra de Carvalho (PT), além de desenvolver setores da economia, turismo, saúde e educação, pretende criar o Conselho Municipal Científico, fazer um aterro sanitário, urbanizar as favelas e valorizar o transporte coletivo, informou Luiz Fernando Napoleone, presidente da delegacia sindical. A realização foi do SEESP, Associação de Engenheiros e Arquitetos, Instituto de Arquitetos do Brasil e Associação Esportiva e Cultural Okinawa.

Em Bauru, as propostas foram apresentadas aos profissionais pelos candidatos Tuca Angerami (PDT), Caio Coube (PSDB), Antonio Sergio Marsola (PPS), Luiz Carlos Valle (PSB), Estela Almagro (PT), Clodoaldo Gazzetta (PV) e Sandro Luiz Fernandes (PSTU). Segundo Marcos Wanderley Ferreira, presidente da Assenag e vice-presidente da delegacia sindical do SEESP, o evento contou com a presença de Luiz Bombonato, representante do Crea, Riad Elia Said, do Secovi Bauru, e Wagner Domingues, presidente do Instituto de Arquitetura de Bauru.
Aconteceram encontros semelhantes em Campinas, Franca, Jacareí, Piracicaba e Santos.

 

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