Eleições 2004

Rossi quer cortar gastos e Penna, incentivar o turismo

Lourdes Silva

 

Propostas à administração da cidade de São Paulo foram apresentadas aos engenheiros pelos candidatos a prefeito Francisco Rossi (PHS), no dia 30 de julho, e José Luiz de França Penna (PV), em 5 de agosto, durante o ciclo de palestras “A engenharia e a cidade”, promovido pelo SEESP.

O objetivo é propiciar aos profissionais que conheçam e debatam os problemas do município e apresentem sugestões ligadas às questões urbanas. Todos os candidatos que concorrem ao pleito foram convidados pela entidade, iniciativa também adotada por diversas delegacias sindicais no Interior do Estado.

Instituir um plano de demissões voluntárias na Prefeitura e corte de 15% nas despesas da máquina administrativa são as medidas que Rossi anuncia para enfrentar o endividamento da cidade. Sua expectativa é reduzir para 35% os gastos com a folha de pagamento – o que propiciaria economia de R$ 3 bilhões –, embora também prometa melhorar o salário do funcionalismo. Ele pretende ainda economizar 80% nos gastos com remédios, criando um laboratório municipal por meio de parcerias público-privadas. Ainda à área da saúde, disse que há empresas interessadas “em se interligar à rede pública de hospitais municipais e de unidades de atendimento básico e fazer todos os exames laboratoriais sem nenhum ônus à Prefeitura, pois receberiam a tabela do SUS”. Para o transporte, afirmou ser favorável ao bilhete único, implantado pela atual administração, mas alertou ser preciso garantir recursos para sua manutenção.

Rossi também pretende lançar mão da chamada PPP para construir moradias e aquecer o setor da construção civil, “o que mais gera emprego”. A fórmula seria a Prefeitura doar o terreno e as grandes empresas subsidiarem a casa aos seus funcionários que vivem em favelas. Indagado sobre o convênio Morar Melhor, firmado entre o SEESP e a Prefeitura para dar assistência técnica à população de baixa renda, garantiu que dará continuidade e ouvirá o sindicato “para ampliar todas as possibilidades de se morar decentemente em São Paulo”.

Também pretende instituir cooperativas de serviços e afirma que se for eleito terá que fazer uma reengenharia orçamentária nos CEUs (Centros Educacionais Unificados), “pois não são voltados apenas à educação e geram uma certa elitização no ensino de São Paulo”.

 

Qualidade de vida O candidato do PV deu ênfase em sua palestra aos engenheiros às questões ambientais. Segundo ele, o ar de São Paulo custará R$ 16 bilhões ao SUS em 2005 em tratamentos pulmonares, o que torna necessárias providências para incentivar a redução da poluição. Meios para isso seriam a garantia de transporte público de qualidade, desestimulando o uso do veículo individual, e a opção por combustíveis menos danosos à atmosfera. Outras saídas seriam a criação de ciclovias e dar aos rios Pinheiros e Tietê condições de navegabilidade.

Outra problema grave, na opinião de Penna, são as ocupações de áreas de proteção ambiental, conseqüência do déficit habitacional de 380 mil moradias e da omissão do poder público. “Não se pode ser eleitoreiro quando as questões são de sobrevivência do conjunto da sociedade”, criticou. Ele ressaltou ainda que, enquanto faltam unidades habitacionais, há 420 mil imóveis fechados no município. “Não há vontade política de discutir com o mercado imobiliário o dever social de ocupar esses bens, causando um prejuízo à cidade.”

Na opinião de Penna, é preciso garantir melhor qualidade de vida ao município pelo bem dos paulistanos, mas sobretudo para que a Capital possa usufruir daquilo que considera a grande fonte de divisas do momento, a indústria do entretenimento, que envolve lazer e turismo. “Esse é o nosso filão, a possibilidade de sair do buraco”, aposta. Para tanto, ele defende também o resgate histórico da cidade. “Em qualquer lugar do mundo, o riacho do Ipiranga, em cujas margens foi proclamada a nossa independência, seria um ponto turístico. No entanto, ele foi canalizado e ninguém é capaz de dizer nem onde é”, exemplificou.

 
Debates no Interior

Os engenheiros continuam a discutir também os problemas e as soluções para os municípios do Interior, nas palestras realizadas pelas delegacias sindicais. Confira as que estão agendadas:

Araçatuba – 19/8 – Clarice Andorfato (PDT); 24/8 – Edna Flor (PT); 9/9 – Maluly Neto (PFL); e 15/9 – Joaquim de Paula (PSDC). Acontecerão na sede da delegacia sindical, às 19h. Informações (18) 3622-8766.

Franca – 13/9 – Gilson de Souza (PFL); 14/9 – Ruy Pieri (PP, PRP); 15/9 – Cassiano Pimentel (PT, PCdoB, PMN, PHS); 16/9 – Marco Aurélio Ubiali (PMDB, PSL, PL, PPS, PSDC, PSB); e 17/9 – Sidnei Rocha (PSDB, PDT, PTB, PV). Ocorrerão no salão da Aerf, também promotora do evento, às 19h30. Informações (16) 3721-2079.

Jacareí – 19/8 – José Carlos Guedes (PTB); 24/8 – Sirlei Gonçalves (PSTU); 2/9 – Carlos Amagai (PFL, PL, PV, PSC, PMN, PRTB, PP, PHS, PDT); e 9/9– Marco Aurélio de Souza (PT, PPS, PMDB, PCdoB, PSL, PCB). Serão realizadas na sede da Aeaj, às 19h30. Informações (12) 3952-4840.

Lins – 24/8 – Américo Tabian (PT); e 26/8 – Waldemar Sandoli Casadei (PMDB). Ocorrerão na Casa dos Médicos, às 19h30. Informações (14) 3523-2890.

Marília – 18/8 – Cecílio Espósito (PAN); 25/8 – Mário Bulgareli (PSDB); 1/9 – Domingos Alcalde (PRTP); 8/9 – Alonso Bezerra de Carvalho (PT); 15/9 – Marcos Rezende (PFL); e 22/9 – Joseph Z. A. Massih (PRP). Ocorrerão na AEM, às 19h30. Informações (14) 3422-2062.

Piracicaba – 23/8 – Wilson Trindade (PSDC); 24/8 – Antônio Carlos Silva (PCO); 25/8 – José Machado (PT); 26/8 – Roberto Morais (PPS); e 27/8 – Barjas Negri (PSDB). Acontecerão na sede do Sindicato dos Empregados no Comércio, às 18h30. Também são promotores esse sindicato e o dos Trabalhadores da Construção e do Mobiliário de Piracicaba. Informações pelo telefone (19) 3433-7112.

 

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