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Acervo técnico é doado ao SEESP

A família do engenheiro Virgílio Isoldi, profissional atuante e consciente do seu papel social, doou seu acervo técnico ao SEESP. Conforme informou sua filha June Moura Isoldi, a cessão dos livros e estudos de seu pai em benefício da categoria era desejo dele. A coletânea reúne obras e trabalhos extremamente úteis, especialmente aos estudantes, em diversos idiomas. Sua vontade reflete o modo como viveu, segundo a viúva Zuleika Alambert, "preocupado com resultados técnicos e humanos, com uma cultura geral e dedicação ao Sindicato e aos jovens engenheiros muito grandes".

Um dos colaboradores do SEESP, ajudando a democratizá-lo e modernizá-lo, Virgílio faleceu há quatro anos. Sua contribuição foi fundamental à criação do Movimento Renovação. Defensor do uso de alternativas energéticas, esse engenheiro com formação humanista era uma figura combativa e, de acordo com sua filha, apaixonado por política. "Auxiliou em campanhas como a do salário mínimo profissional e outras. Estava sempre tentando melhorar e revolucionar as coisas. E trazia algo de positivo, de esperança, acreditando que o caminho era para o progresso", declarou June.

Atuação profissional

Engenheiro mecânico e eletricista formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 1945, Virgílio Isoldi tinha extensa experiência profissional. Foi professor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), responsável pela Engenharia Mecânica e Instrumentação e assistente de Produção da Plásticos Plavinil, e da Chefia de Manutenção, Mecânica e Projetos da Metalúrgica Matarazzo. Trabalhou também em desenvolvimento e pesquisas em inúmeras outras empresas, como as Usinas Brasileiras de Açúcar e Companhia Refinadora Paulista, e ajudou a fazer o projeto de ventilação da linha Leste-Oeste do Metrô de São Paulo.

Comissão estuda Potencial de Risco em Edificações

Ligada ao CB-24, Comitê Brasileiro de Prevenção contra Incêndio, membro da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a Comissão do Potencial de Risco de Incêndio em Edificações conta com a participação de representantes de diversos segmentos, incluindo seguradoras, empresas produtoras de retardantes de chamas, como a Alcoa, o Corpo de Bombeiros, o Procon (Órgão de Proteção e Defesa do Consumidor) e o SEESP. Seus integrantes têm como objetivo promover estudo para elaboração de normas técnicas sobre potencial de risco de incêndio. O último encontro aconteceu em 17 de agosto, onde foram apresentados e discutidos encaminhamentos dessa avaliação, e proferida palestra por um dos componentes, Renato Lobo Ferraz Pinto, gerente nacional da Chubb do Brasil Cia. de Seguros. Segundo o secretário da comissão, Jorge Borges Gallo, da Alcoa Alumínio, estão sendo analisadas todas as variáveis cujo impacto é significativo sobre o risco de incêndio em construções públicas, comerciais ou residenciais. "Verificamos que no Brasil ainda existe pequena conscientização em relação a isso, não há uma preocupação profunda quanto a esse risco, quando se faz um projeto da edificação, a ponto de levar em conta os efeitos dos materiais que irão constituí-la que, em condição de incêndio, podem explodir, liberar gases tóxicos, grandes quantidades de foligem ou calor etc", explicou.

Na opinião do engenheiro coronel Alfonso Antonio Gil, do GSI/Nutau/USP (Grupo de Pesquisa em Segurança contra Incêndio do Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e do Urbanismo da Universidade de São Paulo) e coordenador da comissão, ainda não há normas que apontem o desempenho dos materiais no incêndio. "Há apenas uma que mede a propagação superficial de chamas, um tipo de teste. Mas outras, sem dúvida, devem ser feitas", destacou. Conforme informou o engenheiro coordenador do GSI/Nutau/USP, Alexandre Itiu Seito, o potencial de risco leva em consideração não só a carga incêndio, analisada inicialmente, como outros fatores – equipamentos de combate, sistema de curva, sinalização, problema da fumaça, tempo-resposta do bombeiro em atender a ocorrência, abastecimento de água, alarme e detecção.

De acordo com o representante do SEESP, engenheiro Celso Atienza, envolver toda a sociedade nesse debate é a intenção do grupo, e todos os seus membros estão à disposição de quem quiser colaborar. Os interessados em contribuir podem contatá-lo, no Sindicato, pelo telefone (011) 239-4022, ramal 233.

Mudança curricular

O ministro da Educação, Paulo Renato de Souza, recebeu um conjunto de propostas do Crea-SP, que abrangem mudanças nos currículos de cursos superiores da área tecnológica, datados de 1977. Segundo o documento, esses devem contemplar disciplinas de conhecimentos gerais e sociais, informática, atividades extra-aula, estágios obrigatórios, língua estrangeira, ética e legislação.

O objetivo, com as novas diretrizes, é uma formação que atenda as necessidades do mercado de trabalho, englobando o perfil desejado.

Engenheiros da Cosipa recebem URP

Após se arrastar por quase dez anos, o processo judicial e de negociação entre o SEESP e a Cosipa teve final positivo no segundo semestre do ano passado, com 356 engenheiros associados à entidade e atuando na empresa entre junho e outubro de 1988 recebendo os valores relativos à URP no período, diferencial de salário confiscado pelo governo de então. Todavia, na época, 11 profissionais da categoria, também filiados ao Sindicato, não foram incluídos no acordo, por falha de cadastro. O SEESP recorreu, provando à companhia que eles também tinham direito ao pagamento, agora estendido também a esses. É uma nova vitória da entidade, por intermédio de sua Delegacia Sindical na Baixada Santista, na luta em prol dos engenheiros.

Personalidades da Tecnologia

Como acontece tradicionalmente, em 11 de dezembro próximo, Dia do Engenheiro, serão premiadas as personalidades da tecnologia eleitas pelo Conselho Tecnológico do SEESP. Desde o ano passado, os associados podem também dar a sua opinião e ajudar na escolha dos homenageados. As sugestões devem ser enviadas ao Sindicato, constando nome e atuação do "candidato" e meio para contato.

Os profissionais de diversas áreas são escolhidos, levando-se em conta sua atuação científica, tecnológica, política ou sindical. Entre os nomes que já receberam o prêmio estão Adib Jatene, Hebert de Souza, Milton dos Santos, Falcão Bauer, Waldimir Pirró e Longo, nos setores de saúde, valorização humana, organização do espaço urbano, construção civil e requalificação em engenharia.

4ª Semana de Tecnologia Metroviária

De 12 a 14 de agosto último, aconteceu a 4ª Semana de Tecnologia Metroviária, realizada pela Aeamesp (Associação dos Engenheiros e Arquitetos do Metrô de São Paulo). O evento contou com a presença de representantes do governo e de diversas entidades, inclusive o SEESP, e teve como destaque novas soluções tecnológicas e projetos que irão garantir o necessário desenvolvimento do transporte coletivo urbano, especialmente o metroviário.

Na ocasião, o secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Claudio de Senna Frederico, que presidiu a mesa de abertura, anunciou a intenção do governo de multiplicar a extensão atual de linhas de metrô, para atingir, a médio prazo, até 17 na Região Metropolitana de São Paulo. Além disso, foram expostos os planos de expansão dos metrôs de outras localidades, como Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador, bem como exemplos internacionais. "Foram apresentadas experiências significativas, que poderão referenciar as ações das empresas brasileiras ligadas ao setor de transporte", afirmou o engenheiro Luiz Carlos de Alcantara, presidente da Aeamesp.

 

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